O primeiro-secretário e ex-tesoureiro informal do PTB, Emerson Palmieri, confirmou nesta terça-feira versões do deputado federal e ex-presidente do PTB Roberto Jerferson e desmentiu o publicitário Marcos Valério, acusado de operar o mensalão, no caso da viagem a Lisboa em supostas negociações com a Portugal Telecom para financiar o PT e o PTB. Segundo Palmieri, Valério se apresentou durante a viagem como representante do PT.
Palmieri disse na CPI que Jefferson pediu que fosse a Lisboa com o empresário Marcos Valério, em janeiro deste ano, porque o parlamentar estava desconfiado do PT. Segundo ele, os dois partidos precisavam de recursos para pagar dívidas da campanha eleitoral de 2004.
- O deputado Roberto Jefferson estava cansado de tantas promessas do PT - relatou.
Palmieri disse que viajou com a missão de testemunhar as negociações de Valério com a Portugal Telecom, mas que não conseguiu seu objetivo. Segundo ele, Valério se reuniu com o representante da empresa e o deixou de fora.
A versão apresentada por Valério é de que foi a Lisboa cuidar de possíveis contas publicitárias para suas agências. E que Palmieri o acompanhou apenas para desestressar, já que, segundo o empresário mineiro, vinha sendo pressionado por Jefferson por causa de dinheiro.
Perguntado pelo deputado João Correia (PMDB-AC) sobre como o publicitário Marcos Valério se apresentou ao chegar a sede da Portugal Telecom, em Lisboa, na visita do dia 25 de janeiro, Palmieri respondeu:
- Ele se identificou como Marcos Valério, do PT do Brasil, mas não como representante do governo brasileiro - garantiu.
Palmieri disse que foi Jefferson quem o avisou da viagem:
- Ele (Jefferson) me avisou no início de janeiro que tinha conversado com o ministro José Dirceu e que eu talvez tivesse que ir até Portugal, na Portugal Telecom, com um emissário do PT - contou Palmieri, para acrescentar que ele e Valério estavam acompanhados do advogado Rogério Tolentino.
Palmieri contou que não participou da reunião com a Portugal Telecom. A desculpa de Valério, segundo ele, foi de que Miguel Horta, da multinacional, ficaria constrangido com a presença dele, já que não o conhecia.
- Valério pediu para eu aguardar na sala ao lado e falou com Miguel Horta. A reunião durou entre 30 e 40 minutos. Quando ele saiu, eu perguntei se não tinha tido reunião e ele disse: 'Não, já está tudo conversado'.
. Ele disse ainda que apenas ficou sabendo que a Portugal Telecom tinha interesse nas teles aqui do Brasil, em especial na Telemig, mas que não ficou sabendo que tipo de negócio era.
- Eu fui enviado como testemunha. Só fui saber depois, quando voltamos, pelo senhor Marcos Valério, que se tratava de negociação sobre a (compra de ações da) Telemig.
Segundo Palmieri, Valério apenas lhe informou, na volta da viagem, que os problemas financeiros do PT e do PTB estariam resolvidos.
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