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Ao final do almoço da presidente Dilma Rousseff com senadores do PT nesta quinta (26) no Palácio da Alvorada, o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, pediu a palavra para falar da crise envolvendo sua evolução patrimonial, segundo relato de quatro senadores petistas.

Durante cerca de 15 minutos, de acordo com os senadores, Palocci disse que "era bem pago, sim" pelos serviços de consultoria e garantiu estar "tranquilo" quanto à legalidade de suas atividades na empresa Projeto.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa disse que Palocci relatou que abriu a consultoria Projeto porque "precisava sobreviver" após o período da quarentena, em 2006, quando deixou o Ministério da Fazenda no governo Luiz Inácio Lula da Silva.

"Ele fez um histórico de como começou a prestar consultoria, disse que está muito tranquilo do ponto de vista ético e moral, disse que tudo que faturou está registrado e declarado nos meios digitais da Receita. Disse que era bem pago, sim, pelos serviços", afirmou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Os senadores petistas questionaram Palocci sobre a possibilidade de as informações de sua atividade empresarial terem sido vazadas propositalmente por integrantes do PSDB. Palocci teria respondido que o caso "parecia vazamento" porque não teria outra explicação para a divulgação dos dados pela imprensa.

"Perguntaram se ele acreditava que as informações sobre a evolução patrimonial seria obra de vazamento. Ele disse: ‘Está parecendo que sim porque de onde mais poderia ter saído?’", relatou Gleisi.

A fala de Palocci ocorreu logo após a presidente Dilma Rousseff apresentar aos senadores as preocupações do governo com a votação do projeto do Código Florestal no Senado.

"A conversa com a presidente Dilma girou 85% do tempo em torno do Código Florestal porque ela ficou muito preocupada com o que aconteceu na Câmara. Mas, no finalzinho da reunião, o ministro Palocci pediu para falar e fazer um histórico da atuação da empresa dele", relatou Gleisi.

Palocci também falou aos senadores petistas sobre a suposta lista de empresas que teriam contratado os seus serviços de consultoria.

"Ele disse que essa lista que, inclusive já está em blogs de jornalistas, era puro ‘achômetro’, que não tinha consistência. Ele falou que não iria dizer o nome das empresas por questões de clausulas de confidencialidade, porque não queria expor as empresas", afirmou o senador João Pedro (PT-AM).

Enquanto falava, Palocci foi provocado por senadores petistas a falar sobre os ataques da oposição, disse o senador Wellington Dias (PT-PI).

"Eu, Delcídio [Amaral PT-MS], Jorge Viana [PT-AC], todos colocamos que o que aconteceu ontem [quarta] foi que o PSDB chamou uma coletiva em prejuízo à sua imagem, sem preocupação com as consequências", afirmou Dias, fazendo referência às denúncias apresentadas pela bancada do PSDB da Câmara de suposto favorecimento, pela Receita Federal, de uma empresa ex-cliente de Palocci.

O senador piauiense ainda afirmou que, após deixar o Ministério da Fazenda, em 2006, Palocci passou por um período de isolamento e precisou arrumar uma fonte de renda.

"Após a quarentena, Palocci disse que abriu a consultoria. Afinal de contas, ele é ser humano e precisa sobreviver."

Ainda de acordo com o senador do Piauí, os colegas de partido do ministro disseram a Palocci que ele estaria sendo alvo de "uma revanche" da oposição pela derrota do PSDB nas urnas, em 2010.

"Gilberto [Carvalho, ministro da Secretaria Geral da Presidência] tinha colocado anteriormente isso, que estão politizando isso, e nós colocamos que a oposição criou uma revanche [para a eleição de 2010], um terceiro turno porque eles não têm propostas e focaram no Palocci", afirmou Dias.

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