Antônio Palocci, preso nesta segunda-feira (26) na Lava Jato, se junta a Guido Mantega no grupo de integrantes da equipe econômica do governo federal a se envolver em escândalos de corrupção. E eles não foram os primeiros a serem presos.
Desde a redemocratização, nomes de ministros da Fazenda e presidentes do Banco Central acabam ganhando os noticiários por motivos que não são suas políticas econômicas.
Ex-ministro Antonio Palocci é preso na Lava Jato
Leia a matéria completaDe acordo com a Lava Jato, Mantega teria pedido ao empresário Eike Batista cerca de US$ 2,3 milhões para quitar dívidas de campanha do PT em 2012. O ex-ministro pode ser considerado o “coração” da política econômica nos governos petistas.
Mantega assumiu o Ministério da Fazenda no lugar de Antônio Palocci – também preso na Lava Jato – em março de 2006. Ele foi o ministro que permaneceu mais tempo no cargo, acompanhando o restante do primeiro mandato de Lula, todo o segundo e mais o primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT). Antes, foi ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão do governo Lula, até 2004, quando foi nomeado para comandar o BNDES.
Preso nesta segunda, Palocci é investigado por indícios de uma relação criminosa com o comando da Odebrecht. Segundo a PF, ele atuou diretamente como intermediário do grupo político do qual faz parte perante o Grupo Odebrecht.
A Lava Jato também já levou outro ex-ministro do Planejamento para a prisão, em junho deste ano. Paulo Bernardo foi preso na deflagração da Operação Custo Brasil – desmembramento da Lava Jato investigado em São Paulo. O ex-ministro foi acusado de saber e ter se beneficiado de um esquema da Consist no âmbito do Ministério do Planejamento. Menos de uma semana depois da prisão, o Supremo Tribunal Federal (STF) mandou soltar Bernardo.
Antonio Palocci, também ex-ministro da Fazenda no governo Lula, teve que responder a processos durante sua carreira, por mais de uma vez. Palocci foi acusado de receber propina no escândalo do mensalão, porém não foi condenado.
Ele foi réu também no caso da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, e novamente inocentado pelo STF. Esse caso foi um dos motivos de sua demissão do cargo de Ministro. Atualmente, o ex-ministro está sendo investigado na operação Lava Jato por supostamente ter pedido R$ 2 milhões para campanha da ex-presidente Dilma em 2010. Seu nome apareceu em delações do lobista Fernando Baiano e do doleiro Alberto Youssef.
Governo FHC
Não foram só membros da equipe econômica petista que se envolveram em escândalos de corrupção. Chico Lopes foi presidente do Banco Central por menos de 20 dias, em 1999, durante governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Lopes foi acusado de tráfico de influência ao ajudar na recuperação dos bancos Marka e FonteCidam, causando um prejuízo estimado de R$ 1,5 bilhão, em valores da época. Ele chegou a ser preso por algumas horas quando se negou a dizer tudo o que sabia na CPI dos Bancos.
Em um processo que durou 13 anos, o juiz Ênio Laércio Chappuis, da 22 Vara Federal do Distrito Federal, condenou por improbidade administrativa e ao ressarcimento de uma soma bilionária aos cofres públicos os principais envolvidos no escândalo, incluindo Chico Lopes.
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