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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira que a série de rebeliões que aconteceram em São Paulo nas últimas duas semanas podem ter motivação política. Segundo o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, os motins são resultado de uma ação organizada.

- A dois dias de eu deixar o governo (para disputar a eleição presidencial em outubro), é claro que suspeitamos de motivação política. Tivemos no ano passado quase zero de rebelião. É claro que o que acontece hoje não é por acaso. É evidente que não é geração espontânea, é uma ação organizada e o governo vai partir para cima - disse Alckmin durante visita às obras do Instituto Dr. Arnaldo, na capital paulista.

Ao contrário do que diz o governador de São Paulo, as rebeliões infernizam a administração estadual há tempos. No ano passado, foram registradas 27, algumas bastante violentas como a que ocorreu em Itatiba em setembro, em que cinco detentos morreram. Em maio, um violento levante destruiu completamente a penitenciária de segurança máxima de Presidente Prudente.

Este ano, o movimento parece ter crescido. Em pouco menos de três meses, foram registradas 31 rebeliões e motins - já contabilizadas as cinco desta semana. Veja a cronologia das principais rebeliões do ano.

Alckmin revelou que o governo paulista está preparando medidas para diminuir o número de rebeliões em unidades prisionais do estado. Segundo ele, os líderes dos motins serão identificados e isolados.

- Entramos na Justiça em janeiro pedindo para que os líderes das rebeliões fossem colocados em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) e até agora não disseram nem que sim, nem que não - afirmou o governador.

O RDD é um recurso rigoroso que coloca o detento em isolamento numa cela de presídio de segurança máxima. Ele fica sem contato com outras pessoas, tem direito a um banho de sol por dia e visitas limitadas.

Desde a tarde de segunda-feira cerca de 3 mil presos estão rebelados em quatro unidades prisionais do estado - nos Centros de Detenção Provisória de Pinheiros (na capital), Osasco (Grande SP) e Diadema (ABC), e na cadeia pública de Tatuí (interior paulista). Uma outra rebelião aconteceu também em Taubaté, no Vale do Paraíba, mas ela foi encerrada em seguida.

Ao falar da crise atinge o governo federal, Geraldo Alckmin disse que o Palácio do Planalto tentou usar a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa para desqualificar e atingir a oposição.

- É óbvio que esse era o objetivo, não tinha outra razão para se fazer isso (quebrar o sigilo) - disse ele.

Sobre as denúncias contra o banco Nossa Caixa, que teria direcionado verbas para aliados do governador na Assembléia Legislativa, Alckmin voltou a afirmar que o caso já foi investigado no ano passado e que as providências já foram tomadas. Para o governador, a demissão de seu assessor especial Roger Ferreira era desnecessária, mas como o pedido foi feito, ele aceitou.

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