Delcídio é um dos principais interlocutores de Lula dentro do PT.| Foto: LEOPOLDO SILVA / AGÊNCIA SENADO

Íntimos aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliaram, nesta quarta-feira (25), que o líder do Governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), foi desastrado. Apesar da avaliação, Lula recomendou cautela a seus assessores. A orientação é esperar a decisão do Senado sobre o destino de Delcídio, que foi preso preventivamente nesta manhã.

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Preocupado, o ex-presidente convidou o advogado Roberto Teixeira para um almoço no Instituto Lula, onde os dois analisariam o cenário do ponto de vista jurídico.

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Delcídio é um dos principais interlocutores de Lula dentro do PT. Ele foi preso sob a acusação de tentativa de obstrução da Operação Lava Jato. Petistas ligados a Lula avaliam que, se confirmado o teor das conversas divulgadas pela imprensa, Delcídio terá cometido um erro com repercussões graves para o PT e o governo.

Essa foi a primeira vez, pelo menos desde 1985, que o Supremo Tribunal Federal mandou prender um senador no exercício de seu mandato.

Delcídio teve a prisão decretada pelo relator dos processos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, o ministro Teori Zvascki, por suspeita de tentar atrapalhar as investigações sobre o escândalo de corrupção na Petrobras.

Segundo Zavascki, ele ofereceu de uma “mesada” de pelo menos R$ 50 mil para que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não fechasse acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e chegou a tratar de uma eventual rota de fuga do ex-diretor caso a Justiça concedesse um habeas corpus a ele.

Uma sessão da Segunda Turma do STF, em reunião extraordinária, manteve a prisão do petista.

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O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) afirmou, pelo Twitter, que a bancada do Democratas irá votar pela manutenção da prisão do petista. “Não cabe a esta Casa contestar decisão num momento tão grave e que abala o Senado Federal. É importante também que o PT se pronuncie”, afirmou.

Os principais partidos de oposição ao governo federal ainda pretendem utilizar a prisão do líder do governo como argumento para a necessidade de afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados.