A Portas fechadas
Em sessão secreta, Conselho de Ética ouve hoje o tucano
O Conselho de Ética da Câmara de Curitiba realiza hoje nova sessão para ouvir o depoimento do presidente da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB). Ao contrário da última, na quinta-feira, essa sessão será fechada para o público externo e terá a presença exclusiva dos vereadores titulares do Conselho e de funcionários da taquigrafia da Casa. A reunião, que seria às 14h30, foi adiada para as 17h30, para não haver coincidência com o horário da sessão plenária.
A sessão acontece cinco dias após o primeiro depoimento, realizado no plenário, com presença de 30 vereadores e da imprensa. Na primeira sessão, Derosso se recusou a responder a qualquer questionamento referente a sua mulher, Cláudia Queiroz Guedes, alegando se tratar de assunto de "foro íntimo". Antes do primeiro depoimento, foi cogitada a realização de uma sessão fechada para tratar desses assuntos, mas a ideia foi abortada. Entretanto, Derosso insistiu e a sessão voltou à pauta. Novamente, os contratos de publicidade serão o único assunto em pauta.
Até o fechamento desta edição, a vereadora Professora Josete (PDT) estudava entrar com um mandado de segurança para garantir a presença dos suplentes do Conselho de Ética na reunião. De acordo com ela, não há nenhum receio de que a presença dos vereadores iniba Derosso. "O ônus é dele. Se ele acha que tem coisas que não podem ser ditas na frente de todos os vereadores, quem se compromete é ele", comenta. Segundo a vereadora, há a possibilidade também de ela pedir um mandado de segurança para permitir a entrada de todos os 38 vereadores. (CM)
O senador Alvaro Dias (PSDB) defendeu ontem, em entrevista à rádio BandNews, o afastamento do presidente da Câmara de Curitiba, João Cláudio Derosso, também tucano. "É necessário. O afastamento é a primeira medida para que a investigação ocorra sem constrangimento. Como pode haver uma investigação eficiente se o investigado está no comando?", questionou o senador. Alvaro defendeu também que Derosso se afaste do próprio partido.
A declaração do senador não foi bem aceita pela bancada tucana da Câmara. Para o líder em exercício do prefeito, Serginho do Posto, era aconselhável consultar o resto do partido antes de se posicionar sobre esse assunto. "Em um momento como esse, sempre tenho defendido que as posições sejam tomadas em conjunto, como uma decisão partidária", afirmou.
Livre
Já o líder do PSDB na Casa, Emerson Prado, disse que o senador é livre para se manifestar a respeito de assuntos do partido, mas frisou que todas as providências estão sendo encaminhadas. "Nós vemos que a situação aqui está sendo cuidada, tudo está sendo investigado. Nós criamos CPI, temos o Conselho de Ética", comentou. "Acho que o senador deveria tratar de representar bem o Paraná lá em Brasília, com as investigações que deveriam ser feitas a respeito de tantos escândalos que vêm acontecendo."
A oposição ao prefeito Luciano Ducci (PSB), por outro lado, criticou Alvaro por ter supostamente dito que já tinha conhecimento de irregularidades na Câmara. "O senador Alvaro Dias disse, no final da entrevista, que eram acusações que ele já tinha conhecimento. É provável, que no andamento da CPI, ele seja convocado para dizer o que já sabia", destacou o líder da oposição, Algaci Túlio (PMDB).
Os vereadores da oposição também estudam entrar com um novo pedido de afastamento temporário de Derosso. O primeiro, feito por Renata Bueno (PPS), foi recusado pela Mesa Executiva e não chegou a ser votado. "Estamos amadurecendo essa conversa e esperando que, pelo bom senso, o próprio presidente entenda que [o afastamento] seria melhor. Até para preservar a própria Casa", disse Algaci.
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