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Roberto Gurgel, procurador-geral da República | U. Dettmar/STF
Roberto Gurgel, procurador-geral da República| Foto: U. Dettmar/STF

No último dia de prazo para recursos dos condenados do mensalão, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou ontem que só resta aos culpados se conformarem com as punições fixadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na opinião de Gurgel, a Corte não reduzirá as penas.

"Tem muitas decisões que só cabe se conformar. Não estamos cuidando de decisão de primeiro grau. Estamos cuidando de uma decisão do Supremo. Não é nenhum absurdo que essa decisão do plenário do Supremo seja definitiva", afirmou o procurador.

"Nenhuma modificação do julgamento é compatível com os embargos [recursos que foram protocolados até ontem pelos réus]", disse. Responsável pela acusação dos mensaleiros, o procurador afirmou que os embargos têm o objetivo apenas de esclarecer supostas obscuridades na decisão.

Relator

Para Gurgel, não há nenhuma chance de o STF aceitar os pedidos do ex-ministro José Dirceu e do ex-deputado Roberto Jefferson para que o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, seja afastado da relatoria do processo do mensalão. "Não acho que tenha nenhuma consistência na pretensão de afastar o ministro Joaquim Barbosa da relatoria", disse.

Com o fim do prazo para recursos dos mensaleiros, o caso deverá ser remetido a Gurgel para que ele dê um parecer sobre os argumentos utilizados pelos condenados nos recursos. Ele disse que não pretende usar o prazo de 10 dias a que terá direito. "Da parte do Ministério Público, farei o máximo possível para que não tenha qualquer demora", disse.

O procurador espera que os recursos sejam julgados pelo plenário do STF ainda neste semestre. Em seguida, ele quer que o tribunal determine a imediata execução do julgamento, de forma que os condenados a penas de prisão sejam recolhidos às penitenciárias e que os quatro deputados federais considerados culpados tenham os seus mandatos cassados.

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