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Em reunião na quarta-feira (5) com deputados estaduais do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou uma mobilização dos líderes para defender o governo em manifestações bem organizadas, e com adesão de militantes do partido. Mas, a um amigo petista, Lula disse acreditar que o chamado aos movimentos sociais deveria partir da presidente Dilma Rousseff.

E, para dialogar com os movimentos sociais, Lula acha que a presidente precisa sinalizar com mudanças na política econômica — que, na avaliação de petistas, tem jogado o partido contra sua base. “O governo precisa dar cavalo de pau. Não pode continuar mais do mesmo. Mais do mesmo vai nos levar a um processo de naufrágio”, disse o petista ligado a Lula.

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Na reunião, o ex-presidente foi cuidadoso ao falar de Dilma. Mas destacou que, mesmo quando a presidente ouve seus conselhos, demora muito a colocar as ideias em prática. Petistas, integrantes de movimentos sociais e o próprio Lula avaliam, portanto, que o problema maior está na própria presidente. “Foi um chamado para irmos às ruas”, disse um dos parlamentares presentes à reunião com Lula.

As declarações do vice-presidente, Michel Temer (PMDB), sobre ser necessário alguém que una o país, não foi lida por Lula como um prenúncio de debandada. O ex-presidente já disse a amigos que confia na fidelidade do vice.

Na avaliação de setores do PT, no entanto, o anúncio de independência do PDT e do PTB na Câmara foi um movimento para se descolar do PT com a proximidade das eleições municipais, já que o partido amarga a maior crise de seus 35 anos. “Conhecendo o Temer, a maneira como ele tem atuado, (a declaração) é muito mais na linha de tentar colaborar”, afirmou um político ligado a Lula.

Para o ex-presidente, Temer destacou haver uma necessidade de mudança na relação com a base: “Ele (Temer) certamente não se sente empoderado para fazer isso. É mais ou menos assim: ou a Dilma assume esse papel ou o delega para ele.”

O problema, na avaliação de petistas, é que o vice-presidente não tem o controle de todo o PMDB, principalmente do grupo ligado ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Para os petistas, o grande termômetro sobre a viabilidade do impeachment será o protesto do dia 16. A avaliação é que será o maior de todos até agora.

Os petistas estimam que o cenário de desaprovação de Dilma não deve mudar até o próximo ano. O vice-presidente da legenda, Alberto Cantalice, avaliou ontem que a queda na popularidade da petista está associada ao “pessimismo” da crise econômica. Segundo dirigentes, só quando a economia melhorar é que o partido espera ter um “refresco” da população.

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