Em parecer enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), a Justiça Federal no Paraná afirmou que a Polícia Federal concluiu que o conteúdo das mensagens trocadas entre o deputado André Vargas (sem partido-PR) e o doleiro Alberto Youssef "tem possível caráter criminoso".

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Segundo o documento assinado pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal, parte da investigação da Operação Lava Jato que contém diálogos e mensagens entre o congressista e o doleiro deve ser enviada na próxima semana ao Supremo, já que ele tem prerrogativa de foro privilegiado.

Após vir à tona seu envolvimento com o doleiro, o deputado deixou a vice-presidência da Câmara, se licenciou do cargo e se desfilou do PT. Ele responde a um processo de quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara acusado de ter mentido sobre sua relação com Youssef.

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De acordo com o despacho, a remessa da parte do processo envolvendo Vargas será feita nos próximos dias porque apenas recentemente foi apontada que a relação entre eles poderia ser criminosa. "Somente mais recentemente, após buscas e apreensões, a Polícia Federal concluiu que referida pessoa [na troca de mensagens] seria André Vargas, deputado federal, e depreendeu do conteúdo das mensagens possível caráter criminoso".

"Ressalvo que, em relação a André Vargas, consta possível recebimento de vantagem de Youssef, consistente no pagamento de viagem de avião e ainda possível tráfico de influência para obtenção pela empresa Labogen para Desenvolvimento Produtivo junto ao Ministério da Saúde", disse o juiz.

Vargas viajou de Londrina para João Pessoa (PB) num jatinho pago pelo doleiro. A viagem custou R$ 110 mil. As mensagens entre os dois sugerem que um financiamento de R$ 31 milhões do Ministério da Saúde, para a produção de um medicamento, foi obtido por meio de "contatos políticos". O doleiro foi preso em março sob acusação de remessa ilegal de dólares para o exterior, lavagem de dinheiro, corrupção de funcionários públicos e financiamento ao tráfico de drogas.

Sérgio Moro se manifestou ao Supremo depois que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto, também preso na Operação Lava Jato, entrou com uma reclamação questionando porque o caso não era tratado pela Suprema Corte, já que havia suspeita de envolvimento de Vargas.

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