Pelo menos 14 de 30 deputados federais paranaenses consideram a rejeição das contas do governo motivo para abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). As contas serão julgadas nesta quarta-feira (7) pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O número real pode ser ainda maior: quatro deputados ainda não têm uma posição fechada sobre o assunto, e outros três não responderam à enquete da reportagem. Nove se posicionaram contra.
Na bancada paranaense dos partidos de oposição, o posicionamento é unânime. Os três deputados do PSDB e os dois do PPS se manifestaram favoravelmente à questão. “É crime de responsabilidade. Não só as pedaladas, mas a conduta da presidente de uma forma geral”, diz Luiz Carlos Hauly (PSDB).
Os dois deputados do PSB, que oficializou recentemente sua ida para a oposição – antes, se declarava independente – também se mostraram favoráveis ao impeachment. “Está previsto na nossa legislação. Prefeitos de todo Brasil passam pela mesma situação”, afirma Leopoldo Meyer. Até mesmo os deputados do PR, partido que, em tese, é da base do governo, são favoráveis à abertura do processo.
Já os quatro deputados do PT se manifestaram contra a saída da presidente por esse motivo. “Ela não cometeu nenhum crime que tenha relação com responsabilidade fiscal. É absurdo pensar que a decisão de um órgão de controle, que na verdade subsidia a Câmara dos Deputados, possa levar alguém à perda do mandato”, comenta Zeca Dirceu.
Outros partidos estão divididos. Maior bancada do estado, empatada com o PT, o PMDB tem dois deputados a favor e um contra. Já Sérgio Souza disse que “prefere estudar” a questão antes de se posicionar publicamente.
Situação similar ocorre no PP. Marcelo Belinati se posicionou a favor da abertura do processo de impeachment, enquanto Nelson Meurer é contra. “Isso [pedaladas fiscais] aconteceu em todos os governos, e ninguém jamais foi punido”, diz Meurer. Ricardo Barros não respondeu à enquete.
O número de deputados favoráveis ao impeachment deve crescer. Fernando Francischini (SD), por exemplo, se recusou a responder às perguntas, mas costuma se manifestar publicamente favorável ao processo. Além disso, a reportagem não conseguiu falar com dois deputados, e outros quatro disseram não ter uma posição fechada sobre o assunto.
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