Reunido com o PT nesta sexta-feira (12), o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, disse que o clima provocado pela Operação Lava Jato prejudica a organização da festa de posse da presidente Dilma Rousseff, marcada para o dia 1º de janeiro.
Vaccari lembrou que a presidente deseja uma grande festa em Brasília, mas que as dívidas acumuladas na campanha prejudicam esse projeto, especialmente depois da explosão do escândalo. Em seu discurso, o tesoureiro defendeu a adoção do financiamento público de campanha como arma contra corrupção no pais.
"Enquanto houver financiamento privado, vou ter que procurar empresários", disse Vaccari, acrescentando que isso não configura irregularidade - ressaltando, também, que não esteve envolvido com irregularidades.
Ao falar para integrantes do partido, Vaccari negou pela segunda vez ter envolvimento no esquema de desvio de recursos da Operação Lava Jato, que investiga desvios na Petrobras. Segundo ele, as investigações comprovarão sua inocência. A fala aconteceu em uma reunião da chapa majoritária do PT em São Paulo.
O tesoureiro havia feito discurso semelhante em encontro da sigla no último dia 28, quando afirmou que "nunca fez nada de errado".
Dívida
Pouco após o discurso de Vaccari, feito aos integrantes do partido, o coordenador da campanha de Dilma Edinho Silva disse que as investigações da Operação Lava Jato "atrapalharam" a arrecadação da campanha do PT ao governo de São Paulo. Ele calcula entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões a dívida do candidato do PT nas eleições paulistas, Alexandre Padilha. O coordenador sustenta que o partido colabore para pagar o montante.
Padilha foi o candidato a governador que registrou o maior deficit nas contas de campanha do país. Vaccari discorda. O tesoureiro acha que o fato de o partido ter assinado um termo de assunção é uma formalidade. "O responsável pelas contas da campanha é o candidato." Ele defende que o partido, pelo menos, colabore com essa dívida.
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