O deputado federal Fernando Giacobo (PR-PR) foi confirmado na tarde da quinta-feira (2) como o novo primeiro-secretário da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, formada por um total de 11 parlamentares.
Trata-se de um dos cargos mais importantes no Legislativo, já que, na prática, o primeiro-secretário é quem de fato administra a Câmara dos Deputados, se tornando uma espécie de “prefeito da Casa”. Nas mãos de Giacobo, estará um orçamento anual que gira em torno de R$ 6 bilhões.
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Giacobo agora se torna o único paranaense no comando da Casa. Na gestão que se encerrou, dois integrantes da bancada do Paraná tinham cargos na Mesa Diretora: o próprio Giacobo, que era o segundo vice-presidente; e Alex Canziani (PTB), que estava no posto de quarto-secretário.
Nas eleições, Giacobo conquistou 406 votos, de um total de 513 parlamentares. Outros três deputados federais que se inscreveram para o mesmo cargo tiveram suas candidaturas indeferidas, facilitando a vitória do paranaense.
Em entrevista à Gazeta do Povo logo após o resultado, Giacobo disse que seu desafio à frente da primeira-secretaria é “estreitar a relação da Casa com a sociedade”.
O Partido da República (PR), legenda de Giacobo, foi uma das primeiras siglas a esnobar o chamado Centrão para apoiar a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ), reeleito presidente da Mesa Diretora também nesta quinta-feira (2).
Para Giacobo, o Centrão, bloco informal que funciona como um resquício da “Era Cunha”, não existe mais. “Agora somos todos da base de Michel Temer”, resume ele.
Mas a aliança com o grupo de Maia, que é oriundo do núcleo duro da chamada “antiga oposição” [PSDB, DEM e PPS], não foi construída de imediato. Às vésperas da votação na Câmara dos Deputados sobre a admissibilidade do processo de impeachment contra Dilma Rousseff (PT), no ano passado, Giacobo figurava nas duas listas que circulavam no plenário: uma a favor e outra contra a petista.
Pressionado especialmente pela bancada ruralista, que no passado teria ajudado Giacobo a ampliar sua base eleitoral no Paraná, ele acabou votando pelo afastamento da petista.
Em julho do ano passado, após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB), Giacobo tentou se eleger presidente da Câmara dos Deputados, amparado pela visibilidade conquistada durante a tumultuada e curta passagem de Waldir Maranhão (PP-MA) na principal cadeira da Casa.
Maranhão foi jogado ao ostracismo e coube a Giacobo conduzir as sessões plenárias.
Mas, Rodrigo Maia venceu aquela disputa. Giacobo foi o quarto parlamentar mais votado, entre 13 nomes.