A manifestação ocorre um dia após Cunha ser alvo de um protesto coletivo de deputados, que deixaram o plenário da Câmara, inviabilizando a continuidade da ordem do dia, em protesto pelos atos protelatórios dirigidos pelo peemedebista para protelar seu processo de cassação no Conselho de Ética.| Foto: GUSTAVO LIMA/Câmara dos Deputados

O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), vai ingressar, na próxima terça-feira (24), com um mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do comando da Casa.

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Rubens Bueno defende Cunha e diminui decisão do STF sobre impeachment

Bueno chegou a consultar outros líderes de bancadas, que preferiram não apoiá-lo em seu pedido antes de se reunirem com suas bancadas na próxima semana. A manifestação ocorre um dia após Cunha ser alvo de um protesto coletivo de deputados, que deixaram o plenário da Câmara, inviabilizando a continuidade da ordem do dia, em protesto pelos atos protelatórios dirigidos pelo peemedebista para protelar seu processo de cassação no Conselho de Ética.

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No mandado de segurança, Rubens Bueno vai apontar situações que demonstram a interferência de Cunha no andamento do processo no Conselho. 

Nesta quinta (19), dia em que deveria ter ocorrido a leitura do relatório de Fausto Pinato (PRB-SP) pela admissibilidade do processo de cassação do mandato de Cunha, aliados do peemedebista apareceram no Conselho, mesmo sem integrá-lo, e se valeram de normas regimentais para suspender a sessão.

Em seguida, já no plenário, também por meio do Regimento, “cunhistas” conseguiram anular temporariamente a reunião da comissão julgadora, decisão suspensa por Cunha pouco tempo depois, após a pressão de muitos deputados.

No mandado de segurança, Rubens Bueno vai apontar situações que demonstram a interferência de Cunha no andamento do processo no Conselho. Mencionará, por exemplo, o fato de não ter disponibilizado à comissão uma sala para a realização da reunião -na noite de quarta ainda havia indefinição sobre onde ocorreria a sessão.

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Também haverá destaque para o fato de Cunha ter se antecipado, contra o que costuma fazer às quintas-feiras, no início da ordem do dia da última quinta (19), quando iniciou os trabalhos às 10h46, com menos de 257 deputados no plenário, quorum necessário para haver votações.

Essa não é a primeira vez que um deputado recorre à Justiça para tentar afastar Cunha da Presidência da Câmara. Sílvio Costa (PSC-PE) entrou, no dia 22 de outubro, com uma representação na PGR (Procuradoria-Geral da República) nesse mesmo sentido. Ainda não obteve resposta.

Apesar de ser vice-líder do governo, o deputado fez questão de ressaltar que a ação teve motivação pessoal, sem orientações do Palácio do Planalto.

Semana passada, o PSDB, que vinha pregando de forma tímida o afastamento de Cunha do cargo, assumiu uma postura mais incisiva na questão. Líderes do partido chegaram a falar que não se curvarão às demandas do peemedebista.