• Carregando...
O senador Alvaro Dias (PSDB) e os deputados Rubens Bueno (PPS) e Fernando Francischini (PSDB) descartaram a possibilidade de convocar o governador Beto Richa (PSDB) | Alvaro Antônio Cruz/ABr, Valter Campanato/ABr e Renato Araújo/ABr
O senador Alvaro Dias (PSDB) e os deputados Rubens Bueno (PPS) e Fernando Francischini (PSDB) descartaram a possibilidade de convocar o governador Beto Richa (PSDB)| Foto: Alvaro Antônio Cruz/ABr, Valter Campanato/ABr e Renato Araújo/ABr

Investigação

Rubens Bueno fez três reque­rimentos para apresentar na próxima semana em que pede entre outras coisas a quebra de sigilo fiscal de Coppola.

Os três representantes do Paraná na Comissão Parla­­mentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar as relações entre políti­­cos e o bicheiro Carlos Au­­­gusto Ra­­mos, o Carlinhos Cacho­­­eira, prometem trabalhar para elu­­cidar as ações do grupo ligado a ele no estado. Na última sexta-feira, a Gazeta do Povo revelou que interceptações de e-mails feitas pela Polícia Federal na operação Monte Carlo mostram que pelo menos dois parceiros de Cachoeira planejavam a recriação de uma loteria estadual paranaense. Um deles, o argentino Roberto Coppola, deve ser convocado para prestar esclarecimentos.

Na sexta-feira, a assesso­­ria do deputado federal Ru­­bens Bueno (PPS) preparava três requerimentos para apresentar na terça-feira, primeiro dia de trabalho da CPMI. O primeiro vai tratar da convocação de Coppola. Os outros dois vão pedir a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do argentino e da empresa Larami, que em 2001 ganhou uma licitação feita pelo Serviço de Loterias do Paraná (Serlopar), autarquia do governo estadual extinta em 2007, para administrar jogos on-line no estado.

"É um fato que não pode deixar de ser investigado", afirmou Bueno.

O senador Alvaro Dias e o deputado federal Fernando Francischini, ambos do PSDB, concordam. "Está mais do que explícito no inquérito da Polícia Federal que esse Coppola era um coadjuvante do Carlinhos Cachoeira", declarou Alvaro.

A Larami Diversões e En­­tretenimento Ltda foi criada em maio de 2001, tem sede em Curitiba e continua ativa, de acordo com registros da Junta Comercial do Paraná. Ela tem dois sócios: Coppola e a empresa Brazilian Gaming Partners (BGP), vinculada a Cachoeira. O bicheiro, preso no mês passado pela Polícia Federal, aparece nominalmente como "administrador" da Larami.

A empresa operou por dois anos com o Serlopar, a partir de abril de 2002 (último ano da gestão Jaime Ler­­ner), e teve o contrato rescindido por um decreto do então governador Roberto Re­­quião (PMDB) por suspeitas de irregularidades na licitação. As máquinas geridas pela Larami funcionavam legalmente e eram semelhantes aos caça-níqueis tradicionais, com a diferença de serem conectadas on-line com o Serlopar, o que supostamente prevenia fraudes. Em 2002, havia 500 aparelhos distribuídos por quatro bingos de Curitiba.

Delegado licenciado da Po­­lícia Federal, Francischini disse que a investigação das ações da Larami deve ajudar a esclarecer outros casos envolvendo o grupo de Cachoeira no Paraná. "Decidi que a minha atuação na CPMI vai ser focada nisso", declarou. Desde a semana pas­­sada, o tucano vem atuando para defender o governador Beto Richa (PSDB) de uma possível ligação com o caso.

Sem convocação

Na última sexta-feira, os três representantes do Pa­­ra­­ná descartaram a possibilidade de convocação de Richa, que chegou a ser sugerida por Requião no plenário do Senado. Richa e Requião são citados em uma mesma correspondência trocada entre Coppola e o ex-cunhado de Cachoeira, Adriano Aprigio de Souza. No texto, o argentino escreve sobre um suposto encontro com o atual governador, evento que Richa negou ter acontecido. "Não tenho nenhuma ligação com essas pessoas, eu não conheço essas pessoas, não recebi o Cachoeira nem ninguém ligado a ele", disse o governador.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]