Dez ministros terão de se explicar na Câmara, em nova derrota de Dilma
Rebelada e com a ajuda da oposição, a base aliada da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados impôs ontem novas derrotas políticas ao Planalto no Congresso
A maioria dos deputados federais do PMDB do Paraná defende a independência do partido em relação à presidente Dilma Rousseff e ao PT na Câmara, mas acha precipitado um rompimento total da aliança eleitoral. O grupo também prevê que o afastamento momentâneo vai dar mais autonomia à decisão da executiva estadual em relação à coligação no Paraná. Atualmente, as duas alas majoritárias da sigla estão divididas entre apoiar a reeleição do governador Beto Richa (PSDB) ou lançar o senador Roberto Requião (PMDB) ao Palácio Iguaçu.
Presidente do PMDB do Paraná, o deputado federal Osmar Serraglio se recusou a assinar nesta semana um documento que prevê a convocação de uma convenção nacional extraordinária para antecipar a decisão do partido sobre a parceria com os petistas. Até anteontem, presidentes de 11 diretórios estaduais (entre eles, Minas Gerais e Rio de Janeiro) haviam assinado, o que seria suficiente para avalizar a decisão. Ontem, após intervenção da direção nacional, a ideia foi engavetada momentaneamente.
"O clima está quente demais para tomarmos uma decisão dessas", justifica Serraglio. Por outro lado, segundo ele, o descontentamento com os petistas precisa ficar claro. "O Blocão [que reúne sete legendas governistas insatisfeitas com o Planalto] nada mais é do que um conjunto de partidos que apoiam o governo, mas que é tratado como alguém de fora, um desconhecido."
Reclamações
Com seis deputados, o PMDB é a maior legenda da bancada de 30 paranaenses na Câmara. Quatro deles foram ouvidos ontem pela Gazeta do Povo sobre a crise com o PT Hermes Parcianello e Odílio Balbinotti não foram localizados. Todos reclamaram do relacionamento com os petistas.
"O PMDB demonstrou nesta semana que não vai ser ele quem vai ceder, que terá de ser a presidente da República. Se ela e o PT não cederem, aí sim haverá rompimento", afirmou João Arruda. O deputado disse que não é necessariamente a favor do "Blocão", mas da independência do PMDB.
"É hora de negociar, mas é preciso respeitar alguns limites de governabilidade", complementou André Zacharow. "Agora, a governabilidade depende da colaboração do PT. Se é o PMDB que garante a eleição, o governo precisa ser dividido equitativamente", concluiu.
Marcelo Almeida comparou a relação a um casamento desgastado. "Hoje um não consegue nem olhar para a cara do outro aqui na Câmara. Mas o que tem que ficar claro é que a reação do PMDB é legítima. Estamos fazendo uma política de verdade, tanto que os deputados não vão indicar ninguém para o atual ministério."
Na visão dos deputados paranaenses do PMDB, o afastamento entre os dois partidos no plano federal tende a minimizar qualquer chance de interferência da executiva nacional nas decisões que serão tomadas no estado. A autonomia estadual, no momento, fortaleceria a tese de uma aliança com Richa. "Se não há consenso em Brasília, não há como cobrar alinhamento nos estados", afirmou Arruda.
Sobrinho de Requião, o deputado frisou que o nome do senador tem sido o mais lembrado como candidato a presidente do partido, caso haja o rompimento com o PT. Mas Requião também trabalha para ser candidato ao governo estadual.
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