• Carregando...

São Paulo (AE) – Numa resolução de 13 itens aprovada ontem por unanimidade, a Executiva Nacional do PT cobrou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais agilidade para reduzir as taxas de juros, liberar recursos do Orçamento destinados a programas sociais e promover a distribuição de renda. Um dia depois da eleição para renovação das direções do partido em todo o país, com voto dos filiados, a Executiva esboçou uma reação à crise política e partiu para a ofensiva: além de tentar demonstrar autonomia em relação ao governo, atacou a oposição – principalmente o PSDB e o PFL –, a falta de foco das CPIs e o que chamou de "golpismo" da mídia.

O documento foi redigido pelo presidente interino do PT, Tarso Genro. Nele, está dito que "nunca" na história um partido sofreu tamanha inquirição e que a eleição do domingo deve produzir "nova coesão interna". Apesar de admitir "desvios de conduta" em sua trajetória, o PT insiste na tese do complô: desta vez, menciona a existência de um "festival denuncista" com a finalidade de excluir o PT do cenário político. O texto trata com ironia líderes do PSDB e o PFL, que, de acordo com a Executiva, são ligados aos governos de Fernando Collor e Fernando Henrique e apresentam-se agora como "vestais da moralidade" e "novos salvadores da nação".

Mesmo com a defesa veemente de Lula, a resolução do PT prega um novo rumo na política econômica e monetária. "O governo (...), na opinião do partido, deve acelerar a redução das taxas de juros, promover uma ação rápida para acelerar a execução orçamentária e abrir um debate efetivo com os nossos aliados do campo democrático popular sobre o Orçamento do próximo ano", diz o documento.

Crescimento

Depois da indicação das urnas, de que o Campo Majoritário perderá a hegemonia, o PT deu sinais de autonomia, ainda que muito brandos, em relação ao Planalto. A resolução fala que é preciso ter uma lei orçamentária para impulsionar o crescimento, ampliar a criação de empregos formais e promover investimentos em infra-estrutura e políticas sociais.

A grande crítica, no entanto, é dirigida à oposição. "Estamos num processo de disputa política, em que muitos torcem para o PT não dar certo", afirmou Tarso. Para ele, chegou a hora de reagir. "Na nossa opinião, o processo crítico já passou dos limites", disse Tarso. "Basta qualquer pessoa dizer qualquer coisa sobre o PT que passa a ser verdade."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]