O recém-fundado Partido da Mulher Brasileira (PMB) cresceu em progressão geométrica desde a sua criação. Em duas semanas, conquistou 20 deputados federais para sua bancada na Câmara. Até agora, numericamente já empatou com o PRB e deixou para trás 15 legendas, entre elas o PDT, o PCdoB e o PV. E a expectativa é de que possa chegar nas próximas semanas a 30 deputados.
São apenas 54 deputadas. E, desse total, 3,7% estão no PMB. Sobram 459 deputados. Desses, 3,9% estão no PMB. Olhando por esse lado, não está tão gritante assim.
Mulher na bancada, só duas por enquanto: as mineiras Brunny e Dâmina Pereira. No campo das ideias, o PMB tem uma formação eclética, com parlamentares das bancadas da bala e evangélica, dois ex-petistas e um ex-governador. A presidente do partido, Suêd Haidar, justifica a baixa presença feminina: “São apenas 54 deputadas. E, desse total, 3,7% [duas deputadas] estão no PMB. Sobram 459 deputados. Desses, 3,9% [18 deputados] estão no PMB. Olhando por esse lado, não está tão gritante assim”.
O canto da sereia, que atrai parlamentares do baixo clero, de pouca expressão e de partidos nanicos, é, além de poder político e do tempo de tevê, a promessa de ajuda financeira aos diretórios estaduais, controlados por esses deputados, com divisão do bolo do Fundo Partidário. Sem doações de empresas, proibidas pelo STF, esse dinheiro virou uma fonte importante de financiamento das campanhas. O valor do fundo de cada deputado depende do número de votos recebidos na eleição.
Sempre que perguntados se houve algum tipo de promessa financeira para aderir ao PMB, os deputados reagem, negando compensação pessoal. A presidente do PMB admite que haverá divisão do Fundo Partidário, mas nega recompensa econômica. “Isso não existe. O que existe, de fato, é que o Fundo Partidário vai ser repartido por igual nos estados onde temos deputados federais. E serão ações sociais, ideológicas. Vamos implementar escolas de política. Se as pessoas entendem isso como contrapartida...“, disse.