Partidos agem para adiar cassação de mensaleiros
Uma estratégia conjunta das bancadas do PT e do PMDB na Câmara dos Deputados deve protelar o processo de cassação dos deputados condenados à prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão.
O motivo é que os deputados dos dois principais partidos governistas decidiram apresentar uma emenda à proposta de emenda constitucional (PEC) que põe fim ao voto secreto apenas para cassações de mandatos.
- Defesas de mensaleiros criticam forma de julgar do STF
- Decisão sobre réus do mensalão teve momentos de tensão
- Mensalão: STF aprova 'fatiar' penas; Dirceu será preso
- Execução de penas do mensalão surpreende Planalto
- Lula evita comentar prisão dos envolvidos no mensalão
- Delúbio divulga texto de embargos infringentes
- STF determina execução imediata de penas do mensalão
- "Quem deve precisa começar a pagar", diz ministro do STF sobre réus
Uma estratégia conjunta das bancadas do PT e do PMDB na Câmara dos Deputados deve protelar o processo de cassação dos deputados condenados à prisão, nesta quarta-feira, 14, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão.
O motivo é que os deputados dos dois principais partidos governistas decidiram apresentar uma emenda à proposta de emenda constitucional (PEC) que põe fim ao voto secreto apenas para cassações de mandatos.
A emenda dos petistas e dos peemedebistas propõe a ampliação do fim do voto secreto também para a escolha de embaixadores, de ministros dos tribunais superiores e para a análise de vetos presidenciais.
Só que ela adia a votação de cassação de mandatos dos deputados-presidiários. Isso porque, quando são aprovadas emendas a uma proposta originária do Senado, como é o caso desta PEC, o projeto retorna à Casa de origem e tem de passar por novo processo de votação, sofrendo atraso de meses e até anos, em alguns casos. E o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), já anunciou a decisão de só votar cassações de mandatos após a aprovação de uma PEC que cria o voto aberto.
Uma alternativa é o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), colocar em votação outra PEC que também prevê o voto aberto para todos os casos e que já passou pela Câmara. Ela chegou a ir ao plenário, mas até a noite desta quarta não havia sido aprovada. Há uma intensa discussão no Senado para que haja alguns casos em que a votação seja mantida secreta, como a análise de vetos presidenciais.
A indefinição acerca de qual Casa deve aprovar a PEC do voto aberto e, assim, abrir caminho para a cassação dos condenados no mensalão, resultou em uma tensão entre os seus presidentes nos últimos dias.
Nesta quarta, Renan criticou a postura de Alves de só colocar em votação processos de cassação se o voto for aberto. "Depois que o julgamento transitar em julgado, não tem sentido repetir aqui a votação. O direito político já está cassado". Também disse que não repetiria "os erros que o Henrique cometeu na Câmara".
Calheiros classificou como "errática" a declaração dada nesta terça-feira, 12, por Alves de haver um "jogo de empurra" entre as Casas nessa questão. "Quando as coisas andam numa Casa e não andam na outra, fica com o bicameralismo descompensado. Isso precisa ser resolvido, e não dar esse tipo de declaração de que está havendo empurra. Não é isso. É uma declaração errática", disse Renan. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Congresso frustra tentativa do governo de obter maior controle sobre orçamento em PL das Emendas
STF e Governo Lula se unem para censurar as redes sociais; acompanhe o Sem Rodeios
“Embargo ao Carrefour no Brasil inclui frango”, diz ministro da Agricultura
Professor, pupilo de Mujica e fã de Che Guevara: quem é Yamandú Orsi, presidente eleito do Uruguai
Deixe sua opinião