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O presidente do PSB e governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos, foi cauteloso ao comentar proposta feita nesta manhã pelo governador reeleito do Ceará, Cid Gomes, de que os partidos da base aliada ao governo da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), apoiem a indicação do ex-governador de Minas Gerais e senador eleito, Aécio Neves (PSDB), para a presidência do Senado. Para Campos, o PSB deve contribuir para "descongestionar" o debate político, mas ponderou que os partidos devem respeitar o princípio da proporcionalidade, ou seja, que os donos das maiores bancadas indiquem os presidentes da Câmara e do Senado.

"A nossa visão e a visão do PSB é que nós devemos sempre que pudermos respeitar a proporcionalidade. Só deve ser rompida a proporcionalidade se houver um acordo político", disse Campos, ao fim da reunião da Executiva Nacional do partido, em Brasília. PT e PMDB já negociam a partilha das presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. O PMDB elegeu o maior número de senadores, enquanto o PT ficou com a maior bancada de deputados federais.

"Uma das questões colocadas pelo governador Cid Gomes é que o PSB deve e vai contribuir para que a gente possa descongestionar a área do debate político para poder dar sequência ao que a Dilma falou no domingo, de estender as mãos aos adversários, desmontar os palanques e poder contribuir para o diálogo", completou.

Mais cedo, Cid Gomes defendeu a indicação de Aécio Neves para presidir o Senado Federal e disse que ele seria "um belo aceno" da presidente eleita para buscar apoio da oposição em prol da "governabilidade". "Acho muito melhor ter Aécio como líder da oposição. Serra é muito mais fidalgal, odiento", afirmou, referindo-se ao candidato tucano derrotado à Presidência da República, José Serra.

Com seis governadores eleitos - perdendo apenas para o PSDB, que elegeu oito -, os líderes do PSB evitaram demonstrar "apetite" por cargos no governo de Dilma. "O interesse do PSB é ajudar a Dilma. Não queremos constranger com indicações, exigências. Temos confiança nela", disse Campos. Ontem, ele se reuniu com o presidente do PT, José Eduardo Dutra, mas negou que a conversa tenha sido sobre a divisão de cargos no governo.

"A presidente Dilma tem que imaginar cenário que lhe dê sustentação política. Nosso objetivo é dar sustentação, mostrar eficiência do PSB e com naturalidade vamos debater a participação do PSB no governo", completou o senador Renato Casagrande, eleito governador do Espírito Santo. "Temos que ver onde o PSB pode contribuir mais na visão da presidente, temos que inverter essa discussão", completou.

CPMF

O assunto mais comentado na reunião da cúpula do PSB foi sobre uma forma de financiar os recursos para a Saúde, ainda que seja preciso recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Cid Gomes, propôs, por exemplo, que o Congresso Nacional aprove a regulamentação da emenda 29 (que estabelece um porcentual mínimo para investimentos em Saúde) e a aprovação do projeto que cria a CSS, Contribuição Social da Saúde, nos moldes da CPMF, mas com alíquota menor. "É um sacrificiozinho muito pequeno para cada brasileiro em nome de um grande número de brasileiros que precisa dos serviços de saúde e precisa que esses serviços sejam de qualidade", disse.

Campos também endossou a ideia de se recriar a CPMF, ainda que em outros moldes. "Fui reeleito com a maior votação do Brasil, e eu defendi claramente, botei a cara quando muitos faziam o discurso da conveniência, de que era fundamental a CPMF perdurar de uma maneira diferente, exclusiva para a Saúde", disse o presidente do partido.

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