MPF pede 47 anos de prisão para doleira presa na Operação Lava Jato
O Ministério Público Federal (MPF) pediu a condenação da doleira Nelma Kodama a 47 anos e 15 dias de prisão pelos crimes de evasão de divisas, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Nelma é considerada pelo MPF líder do grupo criminoso que operava no mercado negro de câmbio, por meio de empresas fantasmas, para abastecer o esquema do doleiro Alberto Youssef, que também está preso.
Youssef desiste de recursos em processos da Lava Jato
A defesa do doleiro Alberto Youssef desistiu de pelo menos 11 recursos que tinham sido impetrados para anular atos da Operação Lava Jato. Dois processos corriam no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e os demais no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). O doleiro negocia um acordo de delação premiada com o o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) desde o início desta semana. Ele já teria começado a prestar informações em troca da redução de pena para os crimes em que é acusado.
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa deve ser solto até segunda-feira (29) e usará tornozeleira eletrônica em prisão domiciliar no Rio de Janeiro, segundo a reportagem apurou. Antes de ser preso na Operação Lava Jato, em março, o ex-diretor morava no Rio de Janeiro com sua família. Ele está preso na superintendência do Paraná e colabora com a Justiça através de delação premiada.
Agentes da Polícia Federal farão a segurança da residência do ex-diretor. A soltura deve ocorrer ao longo do final de semana para evitar que ele seja transportado em avião de carreira. A operação eleitoral da PF já começou e as aeronaves do órgão ficam comprometidos com a movimentação de policiais entre os Estados.
A liberação de Paulo Roberto ocorre após o ex-diretor fechar um acordo de delação premiada com a Justiça Federal do Paraná. O ex-diretor da Petrobras decidiu contar o que sabe para deixar a prisão - ele foi preso pela segunda vez em junho, após as autoridades suíças enviarem ao Brasil informações que ele e seus familiares têm US$ 23 milhões naquele país. Costa fez o acordo no último dia 29 após saber que a PF poderia prender suas filhas.
Há uma controvérsia acerca de a quem caberá a determinação para a soltura do ex-diretor da Petrobras: se ela partirá do juiz Sérgio Moro, da 13ª. Vara Federal em Curitiba, ou se será do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A assessoria de comunicação do Supremo informou que, de acordo com funcionários do gabinete de Teori Zavascki no STF, o ministro não tomou nenhuma decisão sobre uma eventual libertação de Paulo Roberto Costa.
Investigado pela Operação Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras é suspeito de envolvimento com um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado em torno de R$ 10 bilhões. Atualmente ele está preso em Curitiba. Nos depoimentos, ele teria citado o nome de autoridades que supostamente participaram do esquema.
Ex-diretor da Petrobras diz que políticos recebiam dinheiro de contratos da estatal
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, investigado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, fez acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e citou que 32 deputados e senadores, um governador e cinco partidos políticos recebiam dinheiro de contratos fechados por ele na Diretoria de Abastecimento da estatal. A informação foi revelada pelo jornal O Estado de São Paulo nesta sexta-feira (5), mas os nomes dos envolvidos no caso não foram citados. Segundo a reportagem, 3% de cada contrato da diretoria eram repassados a políticos.
O jornal Folha de São Paulo cita que a delação de Costa envolveria 12 senadores, 49 deputados federais e um governador na parte de sua delação premiada que trata de políticos, segundo a reportagem apurou. Os envolvidos seriam de três partidos, ainda de acordo com a apuração da reportagem: PT, PMDB e PP. Um dos citados é o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros. O doleiro Alberto Youssef teria se reunido com Renan, em Brasília, no início de março, para acertar a comissão do PMDB em um negócio envolvendo a empresa UTC Engenharia.
CPI Mista já tem sigilo bancário de Youssef e de Paulo Roberto Costa
Enquanto aguarda o conteúdo da delação premiada do ex-diretor Paulo Roberto Costa, a CPI Mista da Petrobras que apura denúncias de corrupção na estatal está recebendo outros documentos relevantes para a investigação. É o caso da transferência de sigilos bancários de alguns dos investigados. Nestas duas últimas semanas, chegaram à comissão de inquérito dados dos bancos Bradesco, Itaú, HSBC, Caixa Econômica Federal e Banco Safra. Entre os arquivos, estão movimentações do doleiro Alberto Youssef e de Paulo Roberto Costa, dois dos principais acusados de operarem um esquema de desvio de dinheiro que teria movimentado ilegalmente R$ 10 bilhões, segundo a Polícia Federal. Ambos estão presos no Paraná.
Os bancos enviaram também sigilos das duas filhas de Paulo Roberto, Ariana e Shanni, e dos dois genros dele, Humberto Sampaio de Mesquita e Márcio Lewkowicz. Os quatro também são investigados por participação no esquema. Além disso, no dia em que foi deflagrada a operação Lava Jato, responsável por desmantelar a quadrilha, a Polícia Federal informou que eles retiraram documentos e dinheiro do escritório da Costa Global Consultoria, empresa de Paulo Roberto, na tentativa de ocultarem provas.
Com isso, os parlamentares têm em mãos detalhes sobre créditos e débitos de movimentações, sejam elas em contas correntes, poupanças, investimentos em fundos, títulos e valores mobiliários, de renda fixa ou variável, além de operações de câmbio. As informações são sigilosas e estão disponíveis somente para os parlamentares integrantes da comissão e assessores autorizados por eles.
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