Os pedidos de investigação sobre políticos citados na Operação Lava Jato serão enviados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta terça-feira (3).
Audiência da Lava Jato é marcada por tensão entre advogado e juiz
O defensor do lobista Fernando Soares, Nélio Machado, reclamou do suposto tratamento ‘desigual’ que o juiz federal Sérgio Moro concede às defesas dos réus nos processos.
Leia a matéria completaA expectativa na corte é que as peças cheguem ao final do dia. A partir da entrega, o relator dos processos no Supremo, ministro Teori Zavascki, passará a analisar cada um dos pedidos.
Conforme a reportagem apurou, Janot irá pedir que Zavascki levante o sigilo das investigações -o que deve ser aceito pelo ministro. A decisão do magistrado, no entanto, não tem prazo para acontecer.
Além disso, como o ministro irá avaliar cada um dos cerca de 40 pedidos de investigação e só divulgará sua decisão ao final do processo, a revelação dos nomes e possíveis crimes cometidos por políticos acontecerá mais para o final da semana ou somente na semana que vem.
Caso as expectativas se confirmem e Zavascki levante o sigilo dos inquéritos, será possível acompanhar os processos através do site do STF. As justificativas para os pedidos de investigação também poderão ser acessadas.
O sigilo só deve ser mantido em casos de diligências que podem ser frustradas caso sejam reveladas -como no caso de um eventual pedido de grampo telefônico, por exemplo.
Com a entrega do material, Janot espera que o assédio que vem sofrendo de políticos seja dividido com Zavascki e o STF.
Conforme a Folha de S.Paulo revelou, deputados e senadores o tem procurado com a justificativa de discutir projetos que tramitam no Congresso ou simplesmente agendar visitas de cortesia.
Como boa parte dos políticos que têm feito tais pedidos estão na lista de investigados, procuradores que atuam no caso acreditam que eles tentam, na verdade, confirmar se serão ou não alvo de inquéritos no STF.
Apesar dos pedidos, Janot não tem recebido esses políticos.
Quando Zavascki derrubar o sigilo dos pedidos de investigação, Janot e procuradores que fazem parte do grupo de trabalho da Lava Jato devem promover uma entrevista coletiva para debater as ações e explicar os rumos das investigações.
De acordo com pessoas próximas aos procuradores, Janot gostaria até mesmo que todo o conteúdo das delações tivessem seus sigilos levantados por Zavascki, o que não deve acontecer num primeiro momento.
A avaliação é que, como todas as situações citadas nas delações foram enfrentadas pelos procuradores, seja para pedir aberturas de investigações seja para pedir o arquivamento, a abertura dos depoimentos encerraria especulações sobre o trabalho de Janot.
Nos últimos dias ele têm se queixado de reportagens que insinuam que ele poderia estar protegendo alguma autoridade citada nas delações.
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