A troca feita por Gleisi Hoffmann que saiu de uma posição de crescente articulação no Senado para o posto de principal ministra do governo Dilma trará benefícios concretos para o Paraná se os políticos do estado forem capazes de apresentar propostas consistentes em que ela possa colaborar. Esse é o único ponto de concordância entre os cientistas políticos e as lideranças políticas consultados pela Gazeta do Povo sobre a escolha da nova ministra da Casa Civil.
Mesmo um aliado constante de Gleisi, o deputado federal André Vargas (PT-PR), reconheceu que a simples nomeação não pode garantir mais representatividade efetiva ao estado. "O Paraná poderá ganhar muito desde que tenha projetos", definiu.
O secretário-chefe da Casa Civil no Paraná, Durval Amaral, está convicto de que a presença de Gleisi em um posto tão importante representa um compromisso de ajudar o estado. Ele, que ocupa no governo estadual uma posição similar a que Gleisi desempenhará no governo federal, reforça que o ocupante da Casa Civil é quem deve ser convencido sobre a relevância da implantação de um projeto. Durval destaca que, assim como faz o trabalho de intermediário do governador, Gleisi será responsável por fazer a ponte entre Dilma e as reivindicações. "Preservada a autonomia de cada ministério, todos os pedidos devem ser levados à Presidência. E quem prepara toda a prática burocrática para a tomada de decisão é a Casa Civil. Se houver alguém com olhar atento às necessidades do Paraná nesse momento decisivo, o estado sai ganhando", salienta.
Para o deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR), o Paraná ganha poder maior na cobrança de programas de governo. E nem sai perdendo tanto na articulação no Senado porque Gleisi ainda não tinha experiência suficiente para ser considerada uma força política insubstituível.
Análise
Mesmo que não represente a destinação de mais dinheiro para o Paraná, a imagem do estado já sai beneficiada pela nomeação de Gleisi para a Casa Civil, na opinião da cientista política Maria do Socorro Braga, da Universidade Federal de São Carlos. "O Paraná ganha projeção. É uma vitrine, com vantagens e desvantagens", reforça. Para a especialista, em tese, pelo cargo que Gleisi passa a ocupar, o estado não deveria esperar benefícios diretos o que poderia ocorrer na posição de senadora.
Já o cientista político Emerson Cervi, da UFPR, acredita que não é possível, neste momento, avaliar se a nomeação de Gleisi representa ganhos para o Paraná. "Seria ruim a troca se já soubéssemos que, como senadora, ela faria articulações para beneficiar o estado. Mas não deu tempo para saber isso", analisa. Ele ressalta que o ministério da Casa Civil é muito mais voltado às demandas da Presidência do que às necessidades das unidades federativas.
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