O ex-articulador político do governo, Pepe Vargas, convocou uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira, 8, para anunciar que foi convidado pela presidente Dilma Rousseff para ser ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e aceitou a proposta. Em seguida, após ser interrompido por uma ligação, ele recuou das afirmações.
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Leia a matéria completa“A presidenta Dilma me convidou para ir pra Secretaria de Direitos Humanos, coloquei à presidenta que eu poderia ajudar o seu governo na Câmara dos Deputados. A presidente insistiu que eu permanecesse na sua equipe”, afirmou. “Sou daqueles que acham que as pessoas são os seus valores e as suas circunstâncias. Dentro dos meus valores, acredito que não se deve dizer ‘não’ a um pedido da presidenta da República. Não tem nenhuma circunstância que me impede de ir para SDH, então pelos meus valores e pela ausência de circunstâncias que dificultem minha ida para SDH, vou acolher então o pedido da presidente”, havia afirmado logo antes da ligação.
Pepe, no entanto, mudou o tom do discurso depois de receber uma ligação telefônica que interrompeu por três minutos a coletiva de imprensa. Apesar de ter afirmado, momentos antes, que Dilma insistiu para que ele aceitasse o pedido e confirmado que vai “acolher o pedido”, Pepe passou a dar respostas evasivas e insistir apenas que tem condições de colaborar com o governo Dilma se ela decidir. Ele ressaltou que também não teria problemas em reassumir o mandato que tem de deputado federal. “A única coisa que tenho garantia é o meu mandato de deputado”, disse.
De volta à sala de entrevista, disse que Dilma não confirmou sua nomeação para a Secretaria. “Não houve um comunicado oficial em relação a isso. O que digo para a presidenta é que, se ela quiser me aproveitar na sua equipe, tranquilamente aceito o convite de continuar contribuindo com a sua equipe”, afirmou.
Perguntado sobre quais seriam suas prioridades como chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Pepe respondeu: “Não fui nomeado ministro da secretaria de Direitos Humanos, não há por que eu fazer esse tipo de comentário”.
Ele foi retirado da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República com a decisão de Dilma de que o vice-presidente Michel Temer passaria a acumular a função de articulação política. Questionado sobre a ligação telefônica, o petista respondeu: “Era um telefonema que eu tinha de atender, que eu tinha solicitado”.
Para Pepe, ao tirá-lo do comando da articulação política do governo, Dilma fez uma opção de substituir o PT pelo PMDB, partidos da base do governo que têm protagonizado atritos. “Esse ruído desorganiza e desestabiliza o conjunto da base”, afirmou.
Sobre o aumento do poder do PMDB, que tem agora, além da articulação política, as presidências da Câmara e do Senado, Pepe disse que não se trata de o governo ser refém do aliado. “É evidente que o governo tem no PMDB um dos principais partidos que compõem o governo. É um partido importante”, afirmou.
Durante a entrevista, Pepe Vargas confirmou que ficou sabendo de sua saída das Relações Institucionais pela imprensa. “Fiquei sabendo pela imprensa por conta de um vazamento. Tão logo saiu o vazamento, eu liguei pra presidenta, combinamos de falar no dia seguinte, ela me comunicou da sua decisão, de forma muito respeitosa, e portanto, foi dessa forma que aconteceu”. Ele garantiu que não tem nenhuma mágoa com a situação.
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