O primeiro vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), encaminhou representação ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), solicitando que a Corregedoria do Senado investigue falsificação de procuração e passaporte em seu nome, que teriam sido utilizados para abertura de conta bancária no exterior. O governo federal abriu investigação oficial para apurar supostas movimentações bancárias do parlamentar fora do País. Ele nega irregularidades.
Perillo subiu à tribuna do Senado para afirmar que um dossiê anônimo contra ele foi encaminhado para sua residência na semana passada, no mesmo dia em que sua pré-candidatura ao governo de Goiás foi lançada pelo microblog Twitter. "Não tenho nenhuma conta bancária fora de Goiânia. Estou sendo vítima de mais uma cilada daqueles que estão utilizando ferramentas do mal", discursou o senador goiano da tribuna. "Trata-se de um dossiê fajuto."
Antes de dar origem à investigação oficial, o dossiê com as supostas contas de Perillo no exterior já circulava por gabinetes de Brasília. Foi o líder do PR na Câmara, Sandro Mabel adversário do tucano na política goiana, quem levou os papéis à antessala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ontem, Mabel admitiu ter tratado do assunto com Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula. "Como o presidente (Lula) tem um desgaste com o Marconi, eu falei com ele (Gilberto) sobre o assunto", disse Mabel.
Apesar de terem em mãos os papéis, nem Mabel nem o chefe de gabinete de Lula tomaram providências imediatas. No início de 2010, o Dossiê Perillo foi encaminhado para o gabinete do promotor goiano Fernando Krebs, que instaurou o Procedimento Investigatório Criminal n.º 01/2010. Por meio da assessoria de imprensa, Carvalho disse que, de fato, conversou com Sandro Mabel, mas na ocasião "os elementos trazidos pelo deputado não tinham a menor consistência".
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