Papiloscopistas da Polícia Federal de Brasília e peritos criminais da PF do Rio trabalharam nesta terça-feira na Superintendência da Polícia Federal do Rio, de onde foram furtados mais de R$ 2 milhões apreendidos pela Operação Caravelas, que desbaratou uma quadrilha de traficantes internacionais e apreendeu 1,6 toneladas de cocaína, a maior apreensão da droga no estado.
A Polícia Federal informou que foram feitas fotocópias do dinheiro apreendido, e que os números de série das notas podem ajudar no rastreamento dos euros e dos dólares roubados.
No total, 20 policiais federais já foram ouvidos pela corregedoria, entre eles o delegado Alfredo Dutra, ex-titular da DRE, além do escrivão-chefe da unidade. Segundo o corregedor da Polícia Federal, Victor Hugo Poubel, os responsáveis pelo roubo devem ser policiais federais e serão presos a qualquer momento.
O dinheiro estava num cofre da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). A porta que leva à sala do cofre foi arrombada. Estão sendo feitas buscas dentro da sede da Polícia Federal para o caso do dinheiro não ter saído da instituição. Desde segunda-feira à tarde, o superintendente da PF em Brasília, Daniel Sampaio, está no Rio para comandar pessoalmente as investigações sobre o sumiço do dinheiro.
O furto de 677 mil euros, US$ 63 mil e R$ 21 mil foi descoberto nesta segunda-feira de manhã quando os primeiros agentes chegaram à DRE para trabalhar e encontraram a sala arrombada. Na segunda-feira, PF afastou cinco delegados, cinco escrivães e 49 agentes que estavam de plantão no fim de semana.
No local além do dinheiro, eram guardados documentos e as duas toneladas de cocaína encontradas em peças de carne na quinta-feira, em um galpão do Mercado São Sebastião. A organização é acusada de exportar a droga do Rio para países da Europa.
O Ministério Público Federal vai apurar o desaparecimento e deu um prazo de 24 horas para receber o nome e a função de todos os policiais que participaram da operação. O procurador da República Gino Liccione, do grupo de Controle Externo da Atividade Policial, requisitou, ainda, que em 48 horas sejam encaminhadas cópias dos documentos referentes às atividades policiais realizadas até a apreensão da quantia desaparecida, para que sejam identificados os responsáveis pela guarda do dinheiro e a razão pela qual o montante não foi depositado em um banco, como é de praxe.
Segundo o delegado de Brasília Ronaldo Magalhães, chefe de operações do serviço de combate ao crime organizado, quem deve dar essas explicações é a própria Superintendência da PF no Rio.
- Estou envergonhado com esse lastimável acontecimento. Uma ação de criminosos infiltrados. Isso mostra como o crime organizado é forte. Mas nós da Polícia Federal vamos fazer o que for possível para chegar aos autores e puni-los - reagiu o delegado Ronald Urbano, coordenador da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF em Brasília.
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