Diante da repercussão negativa da filiação da ex-senadora Marina Silva ao PSB e da "perplexidade" da militância jovem diante do anúncio, João Paulo Capobianco, ex-coordenador da campanha presidencial do PV em 2010 e membro da Comissão Nacional da Rede Sustentabilidade, disse que os aliados terão de se dedicar a dar explicações sobre a decisão de se coligar ao partido do presidenciável Eduardo Campos.
Para isso, será necessário usar as redes sociais e os fóruns de debates do partido em formação para convencer os marineiros de que a escolha foi o melhor caminho para "consolidar" a Rede. "Vamos esclarecer todos os pontos", afirmou.
Segundo Capobianco, um grupo "significativo" de militantes jovens da Rede preferia que Marina se ausentasse da disputa em 2014. "Alguns reagiram mal, mas a grande maioria agiu com perplexidade porque o PSB não estava no radar."
Não por acaso, Marina publicou imediatamente um vídeo no site da Rede justificando a escolha. Em quatro minutos e meio, a ex-senadora diz que sua filiação é simbólica e que não atuará como militante do PSB. Ela ressalta que optou por um partido afinado com o programa da Rede e aproveitou para avisar aos adversários que eles "não lograrão êxito" ao achar que sua sigla pode ser "abatida na pista" antes mesmo de "decolar".
"Metabolismo político"
Capobianco, que também se filiou ao PSB e era um dos defensores de que Marina se filiasse a um partido alternativo, classificou como "natural" a resistência dos simpatizantes de Marina, uma vez que a decisão aconteceu de forma rápida. Para ele, os apoiadores ainda não "metabolizaram" os argumentos que levaram Marina ao partido de Campos e as pessoas ainda não fizeram uma "leitura completa" do que aconteceu. "Já estamos com esse processo (de dar explicações) em andamento. Com calma vamos abrir o debate e explicar", disse.
O ex-coordenador de campanha afirmou que a tarefa de conversar com a militância é da própria Rede, que também estará concentrada em se firmar como sigla partidária. Outra preocupação, revelou Capobianco, é discutir o conteúdo programático das eleições de 2014, além das candidaturas nos Estados e no Congresso Nacional. "O caminho que gostaríamos de ter tomado era o da discussão, mas neste caso não houve possibilidade. O timing foi curto." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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