A disputa pela prefeitura de Curitiba teve novos pontos ligados neste fim de semana, e o desenho concebido até o momento mostra – como já era esperado – costuras de conveniência nas alianças formadas. Entre sábado (30) e domingo (31) encontros e convenções realizadas na cidade oficializaram três novos nomes para a campanha. Apenas um partido, o PT, decidiu entrar na disputa sem coligações com outras legendas.
No sábado, o PSDB, do governador Beto Richa, formalizou apoio ao pré-candidato Rafael Greca (PMN), que também conta com o apoio do PSB, de Luciano Ducci, do DEM, além dos pequenos PTN e PTdoB.
Ex-prefeito de Curitiba entre os anos de 1993 e 1997, Greca disse não ter se deixado intimidar pelas diferenças ideológicas na hora de bater o martelo da coligação e que agora é hora de estabelecer um “armistício” pelo bem da cidade. “Não tem esquerda nem direita na hora de criar creches, de abrir unidades de saúde”, disse durante seu discurso na convenção, em que evitou falar o que pensa a respeito do governo de Richa. Com esta coligação, Greca deve ter o maior tempo de tevê no horário eleitoral gratuito.
Outra aliança que ganhou forma neste fim de semana foi a que lançou a candidatura do deputado estadual Ney Leprevost. Em uma convenção conjunta, o PSD, de Leprevost, o PSC e PEN anunciaram campanha única ao lado do PPL, PTC, PSL e PCdoB. A chapa ainda negocia com PSDC e PHS. “Conseguimos o apoio das mais diferentes matizes que, independentemente da ideologia, se juntaram para tirar Curitiba do marasmo”, disse o deputado durante o discurso. Leprevost disse que suas prioridades seriam a atenção à saúde e à segurança.
O PT, partido da atual vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves, vai entrar na disputa com o nome do deputado estadual Tadeu Veneri. Foi o que ficou decidido no encontro da executiva municipal da legenda no sábado. A convenção petista será no dia 5 de agosto, depois de definido o nome do candidato a vice.
Eleição municipal é 1.º passo para a conquista do governo do Paraná
Leia a matéria completaAos presentes na reunião, Veneri defendeu a necessidade de uma chapa pura. Mesmo sabendo de todas as dificuldades que a legenda deve encontrar por causa do desgaste político do partido, o deputado prometeu uma campanha “pé no chão” e modesta, defendendo uma administração capaz de retomar a integração do transporte coletivo, reestruturar o sistema de habitação e combater a especulação imobiliária.
Rede decide apoiar PMDB em troca de “administração sustentável”
O diretório municipal da Rede Sustentabilidade – partido cujo maior nome é Marina Silva – decidiu que vai apoiar Requião Filho (PMDB) na disputa pela prefeitura de Curitiba. O veredito saiu na convenção do partido durante este domingo (31) e vai contra a vontade de parte da legenda, que queria lançar candidatura própria na campanha.
Contudo, o vereador Jorge Bernardi – que teve o cargo de vice colocado à disposição pelo PMDB caso a coligação fosse fechada – afirmou que a decisão não agravou a contradição entre os membros partido. “No fim, foi tudo harmônico e não houve mágoas. Chegamos a um consenso progressivo porque o Maurício [Requião Filho] deixou bem claro que quer que Curitiba volte a ser o que foi no passado, uma cidade referência não apenas no Brasil, mas no mundo”.
Segundo o vereador, o plano de governo que já vinha sendo tecido pela Rede será entregue a Requião Filho, que teria prometido incorporar os pontos principais ao plano do PMDB para a cidade. Entre eles, aderir a uma prática de governo que inclua a sustentabilidade em vários eixos da administração pública.
“Não faz mais sentido pensar em governo e se a base de tudo não for a sustentabilidade, a sustentabilidade econômica, social e política”, afirmou o vereador.
A convenção municipal do PMDB de Curitiba ocorre nesta segunda-feira (1.º), a partir das 17 horas.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”