Curitiba "Em política não convém acreditar em Papai Noel", avisa o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Paulo Neves Costa, editor-chefe da Revista de Sociologia e Política.
Se no atual momento brasileiro as boas notícias tendem a parecer milagre de Natal, as más são fáceis de serem apontadas. Variam de posição ideológica, mas estão centradas nas questões estruturais sociais, econômicas e políticas que tanto precisam ser debatidas no Brasil. Para o sociólogo e professor da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), Lejeune Mato Grosso Carvalho, o pior que poderia acontecer para o país "seria o aprofundamento do modelo neoliberal, com a volta das privatizações selvagens, enfraquecimento do estado nacional e o ingresso do Brasil na Alca." Para o sociólogo, a fórmula descrita acima compromete a economia nacional e faz com que o Brasil fique longe dos cobiçados indicadores de desenvolvimento humano europeus.
Já o coordenador de cursos do Instituto Paraná Desenvolvimento, Eduy Ferro, afirma que "ruim mesmo seria a manutenção do que estamos vivendo, a reeleição dos discípulos de Fidel Castro".
Há quem misture as duas tendências em uma mesma crítica. O advogado e professor-doutor da UFPR, Clémerson Merlin Cléve, entende que a política monetária, regida por Antônio Palocci (alvo preferido das críticas da esquerda brasileira no governo) é equivocada. Cléve, porém, também ataca as "promessas não cumpridas daqueles que prometeram muito", provavelmente em uma referência aos políticos que Eduy classificou como "discípulos de Fidel Castro" no governo federal. "Na verdade foram os dois os micos", explica.
A manutenção da política fiscal e tributária seria o presente de grego para o economista e vice-reitor do Centro Universitário Positivo, José Pio Martins.
Também no campo fiscal, o presidente da Associação dos Municípios do Paraná, Luiz Sorvos, tem como pesadelo a rejeição no Congresso Nacional do projeto que amplia em um ponto porcentual o volume de recursos do Fundo de Participação dos Municípios.
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