Falta de segurança é o maior problema do país, revela CNT/Sensus
Da Redação
A criminalidade é hoje o maior problema enfrentado pelos brasileiros, segundo a pesquisa da CNT/Sensus divulgada ontem. Os números da sondagem podem dar um sinal de quais serão os grandes temas a serem debatidos durante a campanha eleitoral à Presidência da República e aos governos estaduais.
A violência e a criminalidade são os problemas que mais incomodam os brasileiros (22,9% dizem estar preocupados com isso), seguido das drogas (21,2%), do desemprego (19%), da falta de oportunidades de trabalho (8%) e de problemas no sistema de saúde (6,7%).
Apesar de a violência ser um dos principais problemas apontados pelos brasileiros, para 40,6% dos entrevistados a cidade onde moram é pouco ou nada violenta enquanto 33% a consideram violenta.
Para 69,4% dos brasileiros, a corrupção está aumentando no Brasil. Para 21,8% dos entrevistados, ela está como sempre esteve. Na pesquisa realizada sobre o mesmo assunto, em setembro de 1998, 56% achavam que a corrupção estava aumentando e 32% achavam que estava como sempre esteve.
Brasília - A divulgação ontem da nova pesquisa nacional CNT/Sensus de intenção de votos acendeu o sinal de alerta na oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A oito meses da eleição, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República, aparece numericamente à frente do pré-candidato tucano, o governador e São Paulo José Serra, na pesquisa espontânea quando o eleitor diz de cabeça em quem pensa em votar.
Apesar disso, devido à margem de erro da pesquisa, de três pontos porcentuais, para mais ou para menos, os dois estão tecnicamente empatados. Já no levantamento estimulado, quando são apresentados os nomes dos candidatos aos eleitores, a petista está atrás de Serra, mas tecnicamente empatada com ele.
Lula na cabeça
Na pesquisa espontânea, o presidente Lula que não pode concorrer a um terceiro mandato é citado por 18,7% dos eleitores brasileiros como sua opção de voto. Dilma aparece com 9,5% e Serra, com 9,3%.
Em um dos cenários da pesquisa estimulada, o governador paulista lidera com 33,2% ante 27,8% da ministra. A diferença entre os dois candidatos de 5,4 pontos porcentuais (dentro da margem de erro) é praticamente a metade dos 10,1 pontos de diferença que separavam Serra e Dilma na última pesquisa CNT/Sensus, de novembro, quando o tucano tinha 31,8% e a petista, 21,7%.
Nessa mesma sondagem, Ciro perdeu intenções de voto, caindo dos 17,5% de novembro para 11,9% agora. Marina teve um ligeiro aumento, de 5,9% para 6,8%.
A CNT/Sensus fez ainda outro cenário para primeiro turno. Dessa vez, sem Ciro Gomes que vem sendo assediado pelo PT para desistir da candidaura à Presidência. Apesar da insistência dos petistas, nesse caso quem mais se beneficia é Serra. O tucano tem 40,7%. Já Dilma ficacom 28,5%. Marina Silva teria 9,5%.
A diferença porcentual entre os pré-candidatos à Presidência da República, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), caiu quase três vezes na pesquisa de segundo turno feita pela CNT/Sensus. Em novembro do ano passado, Serra tinha 46,8% das preferências de voto no segundo turno contra 28,2% de Dilma a distância entre os dois era de 18,6 pontos porcentuais. Já no levamento feito em janeiro e divulgado ontem, essa diferença caiu para 6,89 pontos porcentuais, com Serra tendo 44% da preferência e Dilma, 37,1%. Brancos e nulos somam 10,1% e não sabem ou não responderam, 8,9% dos entrevistados.
Avaliação
"A pesquisa mostra que a ministra passa a ser uma candidata competitiva e, intuitivamente, diria que Serra parece estabilizado", comentou o técnico do Instituto Sensus Ricardo Guedes. Segundo ele, o avanço da candidatura da ministra é evidente.
O presidente Lula comemorou os resultados do levantamento. "Não há pressão que consiga subir com a pesquisa de hoje", disse ele, brincando com a crise hipertensiva que teve na semana passada. "Isso está mostrando que as pessoas estão compreendendo o que está acontecendo no Brasil." Já Dilma minimizou o resultado do levantamento. "É só mais uma pesquisa", disse a ministra.