O impeachment da presidente Dilma Rousseff não é a prioridade dos que pretendem ir às ruas no próximo domingo nos protestos contra o governo. Segundo pesquisa do instituto Ipsos, feita entre os dias 9 e 11 de março em São Paulo, Porto Alegre e Recife, o que mais motiva os manifestantes é o pedido pelo fim da corrupção, seguido por melhorias na saúde pública. O impedimento da presidente é apenas 14º mais votado, entre 18 motivos apresentados aos entrevistados. “As pessoas não declaram que estão indo pelo impeachment. Há outros motivos como corrupção e inflação”, conta o diretor do Ipsos Dorival Mata-Machado.

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Outros motivos citados pelos entrevistados são, na ordem, falta de segurança, aumento das passagens, inflação, melhorias na educação, aumento do desemprego, crise de água e descrença na política em geral. “A corrupção, se pegar o histórico, sempre foi uma preocupação muito mais visível das classes A e B. Agora são todas as classes sociais”, diz o pesquisador.

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Entre os ouvidos, 24% consideram a possibilidade de ir às ruas no próximo domingo. As manifestações são aprovadas por 65% dos entrevistados. “O discurso da presidente em rede nacional, e tudo que se gerou no discurso, teve um impacto muito grande. Os argumentos não foram aceitos e a forma como isso repercutiu, ou foi repercutida, aumentou a discussão sobre os protestos”, analisa Mata-Machado.

No discurso do último domingo, em homenagem ao Dia da Mulher, a presidente Dilma explicou o ajuste fiscal promovido pela equipe econômica liderada por Joaquim Levy, mas, segundo a pesquisa Ipsos, não conseguiu convencer. Somente 18% dos entrevistados acreditam que a inflação é um fenômeno temporário e 84% não acreditam que o governo esteja fazendo ajustes necessários. Além disso, a alegação de que a crise atual se deve à crise internacional não é aceita por 73% dos entrevistados. “A população está ficando mais crítica sobre as explicações que estão sendo dadas a ela”, diz Mata-Machado.

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Outra pesquisa do instituto mediu a popularidade da presidente Dilma e a reprovação chegou ao nível mais baixo desde a posse. 19% dizem que o governo é bom ou ótimo, segundo os números, regular positivo para 16% e regular negativo 15%. Os que acham o governo ruim ou péssimo são, respectivamente, 17% e 33%. Na região Nordeste, onde a presidente tem os melhores índices, a avaliação negativa ultrapassou a positiva. A pesquisa de popularidade, chamada Pulso Brasil, foi feita com 1200 pessoas nas cinco regiões do País.