Um dos gastos mais controvertidos colocados na conta do governador Pessuti em seu final de mandato a festa de reinauguração do Palácio Iguaçu, após as reformas terá seu valor diminuído e dividido com parceiros privados.Enquanto a equipe de transição do governador eleito Beto Richa acusa a atual administração de comprometer despesas e entregar o estado em situação financeira "grave", o governador Orlando Pessuti garante que o evento foi reduzido a um coquetel cuja despesa será dividida entre o tesouro estadual e patrocinadores como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
"Será uma solenidade à altura do acontecimento, mas nada diferente do que normalmente ocorre em ocasiões semelhantes", disse o governador. Segundo Pessuti, chegou-se a cogitar a realização de uma festa de gala, mas o cerimonial descartou a ideia. "Desistimos, a principio, porque disseram que o governo Pessuti é jeca, e o pessoal não saberia usar os talheres", disse, em tom de brincadeira.
A solenidade de reinauguração do Palácio Iguaçu, sede do governo desde os anos 50 e que passa pela primeira reforma desde a sua construção, incluiria jantar e baile de gala com presença de artistas e personalidades políticas. O governador Pessuti chegou a fazer convites formais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidente eleita Dilma Rousseff.
A dupla de promotores de eventos Dado Dantas e Ilse Lambach, notória pela produção das festas da alta sociedade paranaense, confirmou que foi procurada extraoficialmente pelo governo para organizar a solenidade, mas ainda não sabe a dimensão que o evento terá.
A discussão sobre o gasto exagerado na festa foi levantada depois de especulações estimarem os gastos com o evento em R$ 1,5 milhão, valor que incluiria o deslocamento de muitas pessoas do interior do estado e publicidade. Toda a reforma do Palácio, respeitando o projeto arquitetônico original, custou aproximadamente R$ 23,5 milhões.
O governador negou estes valores e disse que esteve reunido na última quarta-feira, em Brasília, com diretores do Banco do Brasil para buscar patrocínio para os quatro eventos oficiais programados para a virada do ano: a missa de Natal, a reinauguração do Palácio, um evento ecumênico e a solenidade de transmissão de cargo do governo do Estado no dia 1.º de janeiro do ano que vem.
"Boa parte da estrutura montada será aproveitada em todos os eventos. Garanto que não haverá nenhum gasto que comprometa a saúde do estado no que depender do governador", disse Pessuti.
A assessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal não soube informar sobre o pedido de patrocínio do governo estadual. Já a assessoria do Banco do Brasil disse que o patrocínio é legalmente possível, mas precisará ser analisado pela diretoria do banco.
Deixe sua opinião