Presidente da Petrobras América quando foi decidida a compra da refinaria de Pasadena, em 2006, Renato Bertani alega que sequer foi consultado sobre o negócio. O executivo afirma que o acordo foi feito pela área Internacional, no Rio de Janeiro. A diretoria era então ocupada por Nestor Cerveró.
"Nunca fui consultado ou participei de qualquer negociação referente à compra da Refinaria de Pasadena", disse Betani, em nota. "Todos os processos relacionados à avaliação, negociação e aprovação da aquisição da refinaria foram centralizados pela área Internacional na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro".
A subsidiária, com sede em Houston (Texas), foi a responsável legalmente pela compra de Pasadena. Na época, produzia petróleo no Golfo do México e não tinha nenhuma refinaria. Bertani disse que assumiu a refinaria operacionalmente, depois de tudo assinado. Ele é um executivo do setor de petróleo e se desligou da Petrobras em 2007. Hoje, está à frente da petroleira Barra Energia.
O nome de Bertani aparece em vários documentos, sendo dois deles fundamentais para o negócio: o acordo de acionistas e o contrato de compra e venda. A assinatura aparece residualmente, como em uma rubrica de recebimento de notificação e em uma emenda de duas páginas sobre o contrato de compra e venda.
O acordo de acionistas de 1.º de setembro de 2006 determina que era o presidente da Petrobras América o responsável por ser o representante - ou indicar um - ao comitê de proprietários. Este é o órgão que a presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou ter descoberto apenas na última segunda-feira. Graça se disse negativamente surpresa, decidindo abrir investigação.
O representante da estatal era o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, preso na semana passada pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato.
"Não participei da designação do representante selecionado pela Petrobras para o Comitê de Proprietários da refinaria e não tenho informação sobre quem da Alta Administração da Petrobras participou desta designação", afirmou Bertani.
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