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Postalis, o fundo de pensão dos Correios, está sob investigação. | Divulgação
Postalis, o fundo de pensão dos Correios, está sob investigação.| Foto: Divulgação

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (17) operações que têm como alvo a SBM Offshore e o Postalis, o Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos.

A holandesa SBM Offshore é alvo de um inquérito sobre pagamento a funcionários da Petrobras no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo informações da Globonews, a operação envolvendo a empresa está relacionada ao petrolão. Já a operação do Postalis estaria relacionada a má gestão no instituto, que podem ter causado um prejuízo de cerca de R$ 180 milhões.

SBM

Em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato , o lobista Julio Faerman, representante da SBM no Brasil, admitiu o pagamento de propina -ele citou a participação de seus superiores nesses pagamentos. Ainda não está claro, no entanto, que a operação desta quinta esteja no âmbito das investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras.

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Também em delação, o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco afirmou ter começado a obter pagamentos de vantagem ilícita da SBM entre 1997 e 1998. Barusco assinou delação tanto com a Operação Lava Jato como também com o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro. Pelas duas delações, acertou devolver US$ 97 milhões provenientes de corrupção. Já a delação premiada de Faerman prevê a devolução de US$ 54 milhões.

A própria empresa SBM também negocia um acordo de leniência com a Controladoria-Geral da União (CGU), ainda não fechado, pelo qual escaparia da punição de ser impedida de contratar com órgãos públicos no Brasil.

Contratos

A SBM teria pago comissões para obter contratos com a Petrobras, entre 2006 e 2011. A empresa holandesa constrói e opera plataformas de produção de petróleo ao redor do mundo. No Brasil há seis FPSOs, que são navios plataforma com condição de produzir e armazenar óleo. Cinco são contratados pela Petrobras e um pela Shell.

A Petrobras estima que os contratos que fechou com a empresa somam US$ 27 bilhões. A SBM ainda negocia seu acordo de leniência com a CGU, aberto em novembro passado.

Em 12 de novembro, a SBM fechou acordo com as autoridades holandesas e aceitou pagar US$ 240 milhões para se livrar de punições na Holanda, em processo em que é acusada de pagar propina em contratos no Brasil e também em Angola e Guiné Equatorial. Em um comunicado de abril, a SBM havia informado oficialmente que pagou US$ 139,1 milhões a um representante no Brasil, mas que não encontrou provas que funcionários públicos receberam dinheiro.

Postalis

A Positus apura irregularidades no fundo de pensão, controlado pelo PT e PMDB, que teriam ocorrido entre 2006 e 2011. Estão entre os investigados o ex-presidente Alexej Predtechensky e o ex-diretor financeiro Adilson Florencio da Costa. A PF apura operações envolvendo a criação de dois fundos de investimentos que foram ingeridos pela empresa Atlântica Administradora de recursos. “O inquérito policial foi instaurado em 2012 e identificou que dois fundos de investimentos do Postalis, contendo mais de 370 milhões de reais em recursos aplicados, foram geridos de forma fraudulenta”, diz o comunicado.

O inquérito descobriu que os valores dos dois fundos foram transferidos para os Estados Unidos e passaram a ser movimentados por ordem da Atlântica, de propriedade dos empresários Fabrizio Dulcetti Neves e André Barbieri.

Segundo comunicado da PF, estão sendo cumpridos sete mandados de busca e apreensão, sendo dois em São Paulo, três em Brasília, um em Belém e um em João Pessoa. “A fraude consistia na compra de títulos do mercado de capitais, por uma corretora americana, que os revendia por um valor maior para empresas com sede em paraísos fiscais ligadas aos investigados. Em seguida, os títulos eram adquiridos pelos fundos do Postalis com um aumento ainda maior no valor do título.”

Os investigados irão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, apropriação de recursos de fundos e gestão fraudulenta.

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