Executivos da Camargo Corrêa se calam em depoimento à PF
Os executivos da Camargo Corrêa, João Ricardo Auler, presidente do Conselho Administrativo, e Dalton dos Santos Avancini, diretor-presidente da construtora, foram orientados pelo advogado Celso Vilard a permanecerem calados durante o depoimento prestado na manhã desta quarta-feira (19) na sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba.
Depoimento de Fernando Baiano na PF é adiado
O depoimento do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, na sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, que estava marcado para esta quarta-feira (19), mas foi adiado para sexta-feira (21). O motivo do adiamento não foi esclarecido pela PF, de acordo com o advogado de Baiano, Mário de Oliveira Filho.
Petrobras demite funcionário por corrupção
A Petrobras demitiu um funcionário ligado à Diretoria de Engenharia, Tecnologia e Materiais após a identificação de cerca de 15 empregados suspeitos de irregularidades em contratações de obras em refinarias, disse nesta quarta-feira (19) uma fonte próxima às apurações à Agência Reuters. A exoneração ocorreu como resultado de investigação de uma comissão interna da estatal que identificou supostos desvios de recursos em contratos com empreiteiras ligadas às obras da Refinaria do Nordeste (Rnest), em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Segundo a fonte, que preferiu não ser identificada, o funcionário demitido era ligado à Diretoria de Engenharia, a mesma do ex-diretor Renato Duque, preso na última sexta-feira em operação Lava Jato, da Polícia Federal.
A Polícia Federal informou nesta quarta-feira (19) que o nome do atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, apareceu em depoimentos dos presos da Operação Lava Jato por "erro material". Segundo a polícia, não há no processo "qualquer elemento que evidencie a participação do atual diretor no esquema de distribuição de vantagens ilícitas". O texto do ofício do delegado da PF responsável pela Lava Jato, Márcio Adriano Anselmo, ao juiz da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, Sergio Fernando Moro, que cobrou provas do envolvimento de Cosenza no caso, não nega diretamente que o ex-diretor Paulo Roberto Costa ou que o doleiro Alberto Youssef tenham citado Cosenza em depoimentos e que possam estar anexados a outros processos judiciais.
O ofício afirma que não há informações "nos autos", mas não explicita se uma citação possa ter ocorrido em outros processos ou inquéritos que correm paralelos ao procedimento que levou à prisão executivos de grandes empreiteiras na última sexta (14).
Em pelo menos cinco depoimentos de executivos, a PF fez perguntas nas quais afirmou que o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef haviam dito que Cosenza estava entre os beneficiários de "comissões". Ao funcionário da OAS Construtora, José Ricardo Nogueira Breghirolli, por exemplo, a PF indagou: "Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef mencionaram a existência de pagamento de comissões pelas empreiteiras que mantinham contratos com a Petrobras, tendo como beneficiários além deles próprios, os direitores Duque, Cerveró e Cosenza, bem como alguns agentes públicos". A mesma pergunta, com ligeiras variações, foi feita a outros quatro investigados.
Em ofício ao juiz na data dessa quarta-feira (19), o delegado da PF responsável pela operação, Márcio Adriano Anselmo, afirmou: "Em relação ao quesito que figurou em alguns interrogatórios, por erro material, constou o nome de Cosenza em relação a eventuais beneficiários de vantagens ilícitas no âmbito da Petrobras. Em relação ao outro quesito em que se questiona se os investigados conhecem o mesmo, foi formulado apenas em razão do mesmo ter sucedido a Paulo Roberto Costa, área em que foram identificados os pagamentos, bem como por ter sido seu Gerente Executivo".
No final do ofício, o delegado Anselmo argumentou que a menção de pagamentos após a saída de Costa refere-se a pagamentos realizados pelas empreiteiras para as empresas de fachada de Youssef e a formalização de contratos fictícios com Paulo Roberto Costa.
A resposta da PF foi dada após um questionamento do juiz Moro, que intimou a polícia "para esclarecer se, de fato, há alguma prova concreta nesse sentido, uma vez que até o momento este juízo não foi informado de nada". Ele referia-se à presença de elementos que tratassem de Cosenza no inquérito.
Petrobras diz que foi informada pela PF de 'erro'
A Petrobras foi informada pela Polícia Federal que "houve um erro material" na citação do nome do diretor de Abastecimento da companhia, José Carlos Cosenza, durante depoimentos na Operação Lava Jato.
Segundo a Petrobras, o nome do diretor constou nos depoimentos por ter sucedido Paulo Roberto Costa na diretoria de Abastecimento da empresa. A empresa reforçou ainda que não há até o momento qualquer evidência de participação de Cosenza em esquema de corrupção e que nenhum dos presos na sétima fase da Lava Jato fez qualquer menção ao executivo. "A Petrobras reitera que vem colaborando com os órgãos públicos de investigação, fiscalização e controle para elucidação dos fatos", afirmou.
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