A Polícia Federal vai pedir pela terceira vez a prorrogação do prazo do inquérito que investiga denúncias de tráfico de influência na Casa Civil durante a gestão da ex-ministra Erenice Guerra, segundo informou a assessoria do órgão.
O inquérito foi instalado em setembro. Outros dois pedidos de prorrogação já tinham sido feitos em outubro e em novembro.
De acordo com a PF, o novo pedido de renovação dos trabalhos por mais 30 dias está pronto, mas ainda não foi enviado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região porque o Judiciário estava em recesso. A Justiça Federal retoma as atividades nesta sexta (7).
Como o pedido de prorrogação somente ficou pronto em 23 de dezembro, três dias depois do início do recesso, as investigações sobre denúncias de tráfico de influência no Planalto, de acordo com a assessoria da PF, estão paralisadas desde então.
Segundo o órgão, o delegado Ruberval Vicalvi, que preside o inquérito em Brasília, não pode intimar envolvidos para depor até que a autorização para prorrogar o inquérito seja concedida pela Justiça. Os agentes federais continuam somente o trabalho de perícia sobre documentos e espelhos de computadores da Casa Civil apreendidos.
Entre os computadores periciados está o utilizado pela própria Erenice. A Controladoria Geral da União também investiga o caso Erenice e deve concluir os trabalhos até o final deste mês.
Desde que o inquérito foi instalado, em 14 de setembro do ano passado dois dias antes de Erenice pedir demissão da Casa Civil , os agentes federais já interrogaram cerca de 30 envolvidos nas denúncias de tráfico de influência supostamente praticado por Erenice e seus filhos, Saulo e Israel Guerra. Ninguém foi indiciado até agora.
Erenice foi secretária-executiva da Casa Civil e braço direito da então ministra Dilma Rousseff. Com a saída de Dilma para disputar a Presidência, ela assumiu o comando da Casa Civil.
A ex-ministra entregou a carta de demissão ao presidente Lula no dia 16 de outubro. Ela negou envolvimento com tráfico de influência no Palácio do Planalto para supostamente beneficiar empresas privadas que teriam contratos com a Capital Assessoria e Consultoria, empresa na qual atuavam seus dois filhos.
O primeiro era dono da empresa. O segundo teria atuado em nome da ministra para conseguir contratos. Ambos negam ter cometido irregularidades.
Vinicius Castro e Stevan Knezevic, servidores relacionados às supostas irregularidades, deixaram o órgão no ano passado, após reportagens que denunciaram tráfico de influência e recebimento de propina na Casa Civil. Eles sempre negaram as acusações.
Segundo as denúncias, Israel Guerra teria Vinicius Castro como suposto parceiro nas atividades de tráfico de influência coordenadas pela Capital a partir das relações de Erenice no governo, mesma situação de Stevan Knezevic.
No último domingo, a Casa Civil confirmou a conclusão da sindicância interna que havia sido aberta para investigar Stevan e Vinicius. O trabalho foi encerrado sem apontar culpados nem sugerir punições.
Erenice foi secretária-executiva da Casa Civil e braço direito da então ministra Dilma Rousseff. Com a saída de Dilma para disputar a Presidência, ela assumiu o comando da Casa Civil.
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