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Nestor Cerveró durante depoimento na CPI: cerca se fechando sobre o vazamento. | Valter Campanato/ Agência Brasil
Nestor Cerveró durante depoimento na CPI: cerca se fechando sobre o vazamento.| Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

O inquérito da Polícia Federal aberto para investigar quem vazou para o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), e para o banqueiro André Esteves cópia da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró fecha o cerco em torno do advogado Sérgio Riera. Investigadores encontraram elementos de que o criminalista teria recebido da advogada Alessi Brandã o, que defende Cerveró, cópia do termo sigiloso.

Riera chegou a atuar como defesa de Cerveró e foi o responsável pelo acordo de delação do operador de propinas ligado ao PMDB Fernando Soares, o Fernando Baiano.

Um inquérito foi aberto pela PF, em Curitiba, na semana passada, para apurar o suposto vazamento do documento sigiloso. Alessi é a defensora da família Cerveró e ajudou o filho a entregar para o Ministério Público a gravação que levou à prisão o banqueiro e o senador. Os dois advogados, Riera e Alessi, foram citados como supostas fontes do vazamento na conversa de mais de uma hora e meia, gravada pelo filho de Cerveró, no dia 4 de novembro, em um hotel de luxo em Brasília.

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Na escuta ambiental feita pelo filho de Cerveró são citados outros dois nomes como suspeitos de serem fonte de vazamento, o do policial federal Newton Ishii, responsável pela Custódia da PF em Curitiba, e o doleiro Alberto Youssef, que está preso desde 2014 no local.

A PF analisou os dados e chegou a indícios que levam a suspeitar que o advogado, por meio da defesa da própria família de Cerveró, possa ter fornecido as cópias da delação. Um e-mail enviado por Bernardo Cerveró para a advogada Alessi Brandão foi entregue à PF. Nele, o teor afasta a responsabilidade do agente federal no caso.

Escuta

“O que foi vazado a gente acha que pode ter sido vazado ali de dentro, Youssef na cela com ele, uma coisa assim”, diz Bernardo, em um dos trechos da reunião, diante dos questionamentos de Delcídio e do advogado sobre notícias da delação de Cerveró veiculadas na imprensa.

“O que eu tenho é o original porque a Alessi me passou e passou pra vocês”, complementa o advogado Edson Ribeiro, que defendia Cerveró desde o início da Lava Jato e foi preso na sexta-feira, 27. Alessi Brandão é a outra advogada do ex-diretor que participou do acordo de delação com a Procuradoria Geral da República.

Na gravação entregue por Bernardo à PGR, o advogado Edson Ribeiro e o filho de Cerveró citam nomes de possíveis fontes de vazamento de delação que estaria em poder de Esteves e Delcídio.

“Só pode ter saído do escritório da Alessi, Polícia Federal ou Sérgio Riera. Saber da Alessi se ela passou pro Sérgio alguma coisa com [algo] atrás escrito”, afirmou Ribeiro, em outro momento da conversa.

O criminalista Sérgio Riera não foi localizado nesta sexta-feira para comentar o caso. Na semana passada, ele negou qualquer irregularidade e afirmou que teve apenas contato profissional com o ex-diretor Nestor Cerveró.

A criminalista Alessi Brandão afirmou que não pode comentar o caso.

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