BRASÍLIA - José Carlos Batista, um dos sócios da Guaranhuns Empreendimentos, foi indiciado nesta terça-feira pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e crime contra o sistema financeiro. Ele foi indiciado depois de se recusar a responder às perguntas do delegado Luís Flávio Zampronha sobre as movimentações financeiras da empresa. A Guaranhus é suspeita de fazer várias remessas ao exterior, algumas delas para as Ilhas Cayman, um dos mais conhecidos paraísos fiscais do mundo.
Batista é o terceiro investigado a ser indiciado no inquérito que apura o suposto pagamento do mensalão a parlamentares da base governista. Batista chegou às 16h para depor na PF amparado num hábeas-corpus concedido pelo juiz Cloves Barbosa Siqueira, da 10ª Vara Federal, de Brasília. Com base no salvo-conduto, Batista se recusou a responder a todas as perguntas. A partir daí, Zampronha decidiu indiciar Batista que, até então, era considerado apenas uma testemunha do caso.
Para o delegado, o comportamento esquivo só reforça as indicações de que a Guarunhus estava no centro de sistema de remessas suspeitas para paraísos fiscais. A PF também vai chamar o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para esclarecer detalhes sobre as transações da Guaranhus. Valdemar renunciou ao mandato de deputado federal semana passada. Em depoimento ao Ministério Público Federal, Marcos Valério vinculou a empresa a Valdemar e ao tesoureiro do PL, Jacinto Lamas.
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