Tarso afirma que a Polícia Federal, como instituição, não fez grampo ilegal| Foto: Rodrigues Pozzebom/ABr

O ministro Tarso Genro (Justiça) não descartou ontem, no Rio, a hipótese de que agentes da Polícia Federal tenham grampeado por iniciativa própria conversas telefônicas de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Tarso informou que a denúncia feita pelo presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, está sendo apurada pela instituição.

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"A Polícia Federal está investigando isso. Esses grampos podem ter ocorridos. Se forem confirmadas estas informações, provavelmente (os grampos) terão sido feitos por indivíduos fora do Estado. A Polícia Federal não fez nenhum grampo ilegal contra nenhum ministro ou nenhuma autoridade. Não é do seu hábito", disse Tarso.

O ministro também considera a possibilidade de desvios de conduta de agentes federais. "Aí é um marginal infiltrado dentro da polícia, que até agora não localizamos. Não é a instituição. Assim como tem desvio de conduta de magistrado, promotor, médico, advogado, pode ter de policial federal. Mas a PF, como instituição, jamais vai fazer este tipo de procedimento", disse. Ao comentar o projeto de lei que endurece a punição aos vazamentos de escutas clandestinas, Tarso afirmou que não haverá punição contra a imprensa pela divulgação dos dados, mas aos agentes do Estado responsáveis por repassar informações sigilosas.

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"O projeto de lei que enviamos à Câmara não tem nada a ver com o direito dos jornalistas de divulgarem uma informação mesmo que obtida de maneira irregular. Vocês estão cumprindo o dever de informar. Mas aquele que rouba informação do Estado ou faz grampo ilegal tem que ser severamente punido", disse.