A Polícia Federal (PF) instalou um inquérito para verificar o suposto vazamento de trechos de depoimento em delação premiada do doleiro Alberto Youssef para a revista "Veja". A investigação, que corre sob sigilo, foi iniciada na última sexta-feira (24), dia em que a publicação chegou às bancas.
Às vésperas do segundo turno das eleições, a revista publicou que Youssef teria dito que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silvatinham conhecimento sobre os desvios de recursos por meio de contratos da Petrobras.
A PF frisa que a investigação não confirma e nem nega que Youssef fez a suposta afirmação, e somente apura se realmente houve vazamento do que ele disse em delação premiada ou seja, sob segredo de Justiça.
Retificação
O jornal "O Globo" publicou, anteontem, que o depoimento do doleiro supostamente divulgado pela "Veja" teria sido retificado a pedido de um advogado de defesa. O jornal diz que há a suspeita de que ele teria sido "estimulado" a citar Dilma e Lula.
De acordo com o jornal, Youssef teria prestado depoimento no último dia 21. No dia seguinte, um advogado teria pedido para fazer uma retificação do depoimento anterior. Então teria perguntado ao doleiro quem mais, além das pessoas já citadas por ele, sabia das fraudes na Petrobras. Youssef teria dito então que, pela abrangência do esquema, "não teria como Dilma e Lula não saberem".
Advogados de Youssef, Antonio Figueiredo Basto e Adriano Bretas negam as informações do jornal e dizem que a matéria foi "mentirosa". Eles garantem que não houve nenhum depoimento no dia 22. A PF e o Ministério Público Federal (MPF) não confirmam se houve ou não oitiva neste dia.
Bretas afirma que estão ocorrendo "especulações maliciosas" que tentam atribuir "colorações político-partidárias" para os depoimentos do doleiro. Basto ressalta que "a colaboração à Justiça [de Youssef] é apartidária e não está protegendo ninguém". "É uma colaboração importante diante dos fatos e no momento oportuno vai trazer uma série de esclarecimentos", afirma Basto.
Em resposta à matéria de "O Globo", a "Veja" destacou em seu site o artigo de um colunista que afirma que o depoimento de Youssef não foi modificado e que não houve oitiva no dia 22.
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