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O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, determinou à Polícia Federal que investigue a denúncia de que o empresário Sebastião Augusto Buani, proprietário da empresa Buani e Paulucci - administradora do restaurante do 10º andar do Anexo IV da Câmara dos Deputados -, tenha tentado extorquir dinheiro do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti. O pedido de abertura de inquérito foi feito ao ministro por Severino, após denúncia publicada na revista "Veja" de que o deputado teria cobrado, de março a novembro de 2003, R$ 10 mil mensais de Buani para renovar o contrato do estabelecimento.

Nota oficial divulgada pela presidência da Câmara no fim da tarde desta sexta-feira, informa que o contrato de Buani com a Câmara vence no próximo dia 14 de setembro e não seria renovado porque a empresa deve R$ 150 mil em aluguéis atrasados. Porém, como a empresa tem crédito de R$ 30 mil junto à Câmara por serviços prestados e ainda não pagos, a dívida totaliza, na realidade, R$ 120 mil. Conforme determinação da Diretoria-Geral da Casa, a dívida seria executada. Segundo a nota, nos últimos dias, Buani passou a fazer pressão sobre a Direção da Casa para que a dívida não fosse executada e o contrato fosse renovado.

Ainda de acordo com a nota, como não conseguiu obter êxito nas instâncias administrativas, o empresário procurou revistas semanais para tentar relacionar Severino Cavalcanti a favorecimentos em troca de pagamentos em dinheiro. Antes de assumir a presidência da Casa, Severino ocupava a Primeira-Secretaria da Câmara, órgão responsável pela administração dos espaços físicos da Casa, incluindo os restaurantes.

Buani afirmou ter em seu poder um documento, assinado por Severino e que lhe asseguraria cinco anos de contrato com a Casa. O documento não consta de qualquer processo da Câmara dos Deputados e, portanto, não tem validade jurídica.

O presidente da Câmara nega qualquer favorecimento à empresa de Buani e orientou o Diretor-Geral da Casa, Sérgio Sampaio, a prestar todos os esclarecimentos técnicos sobre os contratos.

"Nenhuma só dúvida deverá ficar sem resposta. A Administração da Câmara é transparente, não tem nada a esconder, nem à imprensa nem à opinião pública", informa a nota oficial.

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