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Renan foi citado por delatores do escândalo de corrupção como integrante do “núcleo político” de uma quadrilha formada para desviar recursos da estatal e um dos beneficiados com pagamento de propina. | Lula Marques/Agência PT
Renan foi citado por delatores do escândalo de corrupção como integrante do “núcleo político” de uma quadrilha formada para desviar recursos da estatal e um dos beneficiados com pagamento de propina.| Foto: Lula Marques/Agência PT

A Polícia Federal enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um novo pedido de prorrogação do inquérito que investiga a suposta participação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com o esquema de corrupção da Petrobras.

Renan começou a ser investigado em março pelo Supremo na Lava Jato e esse é o quarto pedido de extensão das investigações envolvendo o peemedebista. Agora, a concessão de mais tempo será analisado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e pelo relator da Lava Jato, Teori Zavascki.

Renan foi citado por delatores do escândalo de corrupção como integrante do “núcleo político” de uma quadrilha formada para desviar recursos da estatal e um dos beneficiados com pagamento de propina.

Ao lado de outros peemedebistas, dizem delatores, o senador teria dado sustentação política para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, considerado um dos principais personagens da engenharia criminosa.

Paulo Roberto relatou que o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) era o interlocutor de Renan com o esquema e recebia a propina. O deputado também é alvo do inquérito de Renan.

A Polícia Federal identificou que Gomes foi o político com maior número de visitas, 46 agendas, com Paulo Roberto.

Sem alarde, Renan prestou depoimento na Superintendência da PF em Brasília, em agosto. Aos investigadores, o senador disse não ter relação próxima e negou conhecer os principais personagens do esquema de corrupção na Petrobras.

Admitiu, porém, que o ex-diretor Paulo Roberto Costa esteve em um almoço em sua residência particular, levado por Aníbal Gomes, mas diz que na ocasião o PMDB negou dar-lhe apoio para assumir uma outra diretoria da estatal.

O lobista Fernando Baiano, considerado operador do PMDB no esquema, também afirmou aos investigadores que o presidente do Senado também foi beneficiado por desvios em contratos de navios-sonda.

Renan nega as acusações de envolvimento na Lava Jato e diz que jamais autorizou quem quer que seja a falar em seu nome.

No início das investigações, o presidente do Senado fez coro com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e acusou Janot de agir politicamente para definir os investigados. O senador, no entanto, acabou abandonando o embate com o procurador-geral e também os ataques ao governo Dilma. Nos bastidores, Cunha e aliados políticos dizem que houve um acordão para preservar o senador nas investigações -o que o procurador nega com veemência.

Além de Renan e Gomes, o pedido de mais prazo da PF foi estendido aos senadores Humberto Costa (PT-PE), Lindbergh Faria (PT-RJ), além dos deputados José Mentor (PT-SP) e Eduardo da Fonte (PP-PE).

O STF investiga mais de 59 políticos por suposta ligação com os desvios da Petrobras.

Até agora, Janot apresentou denúncia contra o presidente da Câmara, o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PMDB-RJ), além de pessoas ligadas aos dois congressistas, o deputado Arthur Lira (PP-AL), o senador Benedito de Lira (PP-AL) e o deputado Nelson Meurer (PP-PR) por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.

O procurador também pediu ao STF e foi determinado o arquivamento do inquérito sobre o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).

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