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A Polícia Federal (PF) concluiu relatório em que se manifesta pelo arquivamento do inquérito aberto no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, o ex-governador Sérgio Cabral, e o ex-chefe da Casa Civil do estado Regis Fichtner. A PF não conseguiu confirmar que os três são responsáveis pelos crimes dos quais eram acusados dentro da Operação Lava Jato.

Agora, o relator do caso, o ministro Luis Felipe Salomão, deve pedir um parecer do Ministério Público Federal (MPF), que pode concordar com a sugestão policial ou ter entendimento diferente. Ou seja, pode se manifestar pela continuidade da investigação. Depois disso, caberá a Salmão tomar uma decisão.

Informado da decisão da PF por seu advogado na quarta-feira, Pezão contou que ficou aliviado com a notícia, mas que passou por “constrangimentos” e “muito sofrimento” durante os meses em que foi investigado.“É uma alegria por dentro e uma tristeza muito grande por ter passado isso tudo, minha família, amigos, mas é da vida. É muito sofrimento para quem passa, dói muito”, lamentou o governador, que disse ainda que ser alvo de inquérito não é algo “trivial”.

Perguntado se passar por situações dessa natureza fazem parte do ofício de um homem público, Pezão concordou, e aproveitou para criticar o delator que o citou, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, e disse que Costa era “captador de recursos” da campanha do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), adversário do governador do Rio nas eleições de 2014:

“Hoje é, né (ossos do ofício), você fica à disposição de um cara que está lá numa delação premiada durante um período eleitoral, porque essa notícia começou a surgir em agosto na boca dos meus adversários. Ele era captador da campanha do Lindbergh, e isso surgiu durante a campanha eleitoral, num debate em agosto. Meus adversários falando isso, (Anthony) Garotinho, (Marcelo) Crivella (PRB) e Lindbergh. Era uma denúncia política, de campanha. Infelizmente, ele (Paulo Roberto Costa), em delação premiada, fez uma denúncia dessas, isso que é lamentável, mas é da vida”, completou Pezão.

Um dos delatores da Lava Jato, Paulo Roberto Costa afirmou em depoimento que arrecadou R$ 30 milhões em recursos desviados da estatal para caixa dois da campanha de Sérgio Cabral para governador e de Pezão para vice em 2010. Segundo o delator, os recursos vieram de empresas que atuavam na obra do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A PF, porém, não conseguiu comprovar as acusações.

Há outros dois inquéritos em andamento no STJ relacionados à Lava Jato: um contra o governador do Acre, Tião Viana, e outra contra o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, que exerce atualmente o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) da Bahia. Governadores e conselheiros de tribunais de contas têm foro privilegiado no STJ, ou seja, só podem ser julgados nesse tribunal. Os três inquéritos foram abertos em 12 de março deste ano.

Tião Viana é suspeito de ter recebido R$ 300 mil do esquema, conforme os delatores Paulo Roberto e o doleiro Alberto Youssef. Negromonte também foi acusado de receber propina.

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