O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o lobista Fernando Soares, mais conhecido como Fernando Baiano, participam na tarde desta quinta-feira (5) de uma acareação na Polícia Federal, em Curitiba. Os investigadores da Operação Lava Jato pretendem esclarecer pontos divergentes nos depoimentos dos dois colaboradores, mas não confirmaram quais são as divergências.
A acareação segue também nesta sexta-feira (6). Por terem firmado acordo de colaboração premiada, caso fique comprovado que mentiram ou omitiram informações em seus depoimentos, os colaboradores podem perder os benefícios – como a redução da pena e regime diferenciado.
Paulo Roberto Costa firmou o acordo em outubro do ano passado e passou a cumprir prisão domiciliar. Atualmente, está preso em regime semiaberto diferenciado – precisa estar em casa em determinados horários e durante os fins de semana. Junto com o doleiro Alberto Youssef, Costa foi responsável por contar aos investigadores como funcionava o esquema de distribuição de propinas na Petrobras.
Costa responde a oito processos da Lava Jato em Curitiba. Nas ações que responde junto a executivos da Camargo Correa, OAS e na primeira ação referente a irregularidades na Petrobras, Costa foi condenado a 7 anos e seis meses de prisão em cada. Na última sentença, referente ao processo contra executivos da construtora Mendes Junior, o juiz Sergio Moro suspendeu a condenação, com base no acordo de colaboração premiada.
Já Fernando Soares está preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais. O lobista já tem data para deixar a prisão: 18 de novembro. Ele é apontado como operador do PMDB no esquema na Petrobras.
Ele já foi condenado a 16 anos de prisão no processo que tratava de irregularidades na aquisição de navios-sonda pela Diretoria Internacional da Petrobras. Na ocasião, ele operou US$ 15 milhões de propina e, segundo o delator Júlio Camargo, deste total US$ 5 milhões foram pagos ao presidente da Câmara Federal, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha nega qualquer envolvimento no caso. Soares ainda responde a um processo junto com executivos da Andrade Gutierrez por irregularidades em contratos da Petrobras.
Outras acareações
Essa não é a primeira vez que Costa precisa participar de uma acareação. Em agosto, o ex-diretor da Petrobras participou de uma acareação com o doleiro Alberto Youssef na CPI da Petrobras. Os deputados queriam que eles expliquem divergências encontradas nos depoimentos que prestaram à Justiça Federal. A principal delas tinha relação com a campanha eleitoral de 2010 da presidente Dilma Rousseff. Costa disse que o ex-ministro Antonio Palocci pediu na época R$ 2 milhões para a campanha, dinheiro que teria sido disponibilizado por Youssef. O doleiro, em depoimento à CPI, negou ter recebido o pedido e disse não conhecer Palocci.
Em dezembro do ano passado, Costa participou de uma acareação com o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró na CPMI da Petrobras. Entre as divergências estava o pagamento de propina no contrato da compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
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