A Polícia Federal resiste à liberação de todos os dados acerca da reunião de 14 de julho em que o delegado Protógenes Queiroz, ex-chefe da Satiagraha, teria sido pressionado por superiores a deixar o caso. A ordem para entrega das informações foi dada pelo juiz Fausto Martin De Sanctis, titular da 6ª Vara Criminal Federal. A PF apresenta dois argumentos para não concordar com a abertura integral do CD que contém três horas de áudio daquele encontro - ocorrido seis dias depois da operação -, que provocou até a intervenção do presidente da República.

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Para manter em segredo o documento, os federais alegam existência de dados confidenciais da missão que duas vezes levou o sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, para a prisão, sob suspeita de lavagem de dinheiro, evasão, quadrilha e corrupção ativa. A PF sustenta que o CD guarda informações exclusivamente afeitas à corporação, não sendo pertinente acesso à defesa.

Ao solicitar o material, o juiz De Sanctis acatou pedido do criminalista Nélio Machado, defensor de Dantas. O Ministério Público Federal manifestou-se favorável à abertura dos dados. Machado considera "fundamental" conhecer o que chama de balanço geral da Satiagraha. Cerca de 10 autoridades federais estavam à mesa - entre elas, Protógenes e Roberto Troncon, diretor de Combate ao Crime Organizado da PF.

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O principal resultado da reunião foi o afastamento de Protógenes. A medida levou o presidente Lula a sugerir publicamente o seu retorno. Ele cobrou do delegado uma explicação. No auge da crise Satiagraha, a PF deu publicidade a pouco mais de 2 minutos do encontro, trechos parciais que indicam desejo de Protógenes em se afastar espontaneamente do inquérito para dedicar-se ao Curso Superior de Polícia. A defesa de Dantas acha pouco e quer chegar a todos os detalhes que podem explicar bastidores da missão federal.