Policiais federais com uniformes camuflados em frente da sede do PT. Eles usavam armamento pesado.| Foto: Miguel Schincariol/AFP

A Polícia Federal (PF) escalou homens do Grupo de Pronta Intervenção (GPI), um grupo de elite da corporação treinado para controlar distúrbios civis, para ajudar no cumprimento do mandado de busca e apreensão na sede nacional do PT, em São Paulo, na manhã desta quinta-feira (23). Oito homens com uniformes camuflados e ostensivamente armados guardaram as entradas do prédio, enquanto outra equipe vasculhava o interior da sede do partido.

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A PF disse que o recrutamento do GPI foi para evitar confusões no local. “Pela experiência sabemos que há riscos de tumultos e manifestações quando fazemos operações em sedes de partidos políticos”, disse Patrícia Zucca, diretora de comunicação da PF de São Paulo. Os policiais estavam com armas não letais e letais.

O GPI foi criado para atuar em situações especiais, como grandes eventos (Copa, Olimpíada e reuniões de cúpula com representantes de outros países). Seus agentes também já operaram em ocupações de favelas no Rio de Janeiro, por exemplo.

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No meio da manhã, um grupo de militantes chegou para protestar contra a operação da PF, que, na avaliação deles, persegue o PT. Eles estenderam uma grande faixa com os dizeres: “Tchau, ladrão”, junto à imagem do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a pergunta: “E o Temer?”

Havia ainda outra faixa que dizia “$TF acovardado”, em referência ao Supremo Tribunal Federal, com imagens de cinco ministros -entre eles, Gilmar Mendes com um bico de tucano no lugar do nariz.

Entenda a operação

O cumprimento do mandado de busca e apreensão no PT fez parte da Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato conduzido pela Justiça Federal de São Paulo. Na operação, o ex-ministro Paulo Bernardo foi preso preventivamente.

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A operação desta quinta, fruto de um desdobramento da Lava Jato, mira em um esquema de pagamento de propina em contratos de prestação de serviços de informática do Ministério do Planejamento, pasta que foi comandada por Paulo Bernardo.

Os investigadores afirmam ter elementos de que agentes públicos do ministério direcionaram licitações em favor da empresa de tecnologia Consist Software, que geria créditos consignados para servidores federais.

As supostas fraudes teriam desviado cerca de R$ 100 milhões entre os anos de 2010 e 2015 para contas do PT e de servidores do ministério, entre eles o ex-ministro.

A investigação decorre da delação premiada do ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Romano, preso em agosto de 2015, que era um dos operadores dos desvios, de acordo com a investigação.