O ministro da Justiça, Tarso Genro, informou nesta sexta-feira (4) que a Polícia Federal (PF) trabalha com três hipóteses sobre o suspeito da escuta ilegal do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes. A primeira ele chamou de terceirização: "Uma articulação política de alguém de dentro de alguma instituição que tenha contratado alguém de origem privada para fazer o grampo". Outra é de que algum funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) "tenha desviado sua conduta" e feito o grampo. A terceira é que "alguém de alguma agência tenha feito algum contato para fora mediante coação, chantagem para criar alguma crise com alguém ou alguma instituição".
Genro também afirmou que é necessário fazer uma perícia sobre o suposto equipamento usado para o grampo, "para ver se foi comprado para esse fim ou se foi adaptado por alguém de forma ilegal para fazer escuta clandestina". O ministro citou também que a Abin é originária do antigo Serviço Nacional de Informação (SNI). "Sofreu reforma jurídica, institucional, legal, mas essa transição é lenta", disse. Questionado se a agência carrega um resquício do SNI, Genro respondeu que "se confirmar o grampo, é bem provável".
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