Novo delator é ex-assessor do deputado Pedro Corrêa,| Foto: IVONALDO ALEXANDRE/GAZETA

A Procuradoria Geral da República (PGR) recusou o fechamento de um acordo de colaboração premiada com o ex-assessor do deputado federal Pedro Corrêa (PP), Ivan Vernon Gomes Torres Júnior. Vernon é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de usar uma funcionária fantasma lotada no gabinete de Corrêa para desviar mais R$ 600 mil para o esquema de corrupção.

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O ex-assessor chegou a assinar um acordo de confidencialidade com o MPF na noite dessa terça-feira (25). O acordo já era dado como certo pela defesa de Vernon, mas de acordo com a assessoria de imprensa do escritório, um dos procuradores responsáveis pelas tratativas informou no começo da tarde dessa quarta-feira (26) que o acordo não seria fechado. A notícia chegou por mensagem de whats up minutos antes da audiência para interrogatório dos réus na ação penal que trata do núcleo do ex-deputado Pedro Correa (PP).

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Na terça-feira, durante a acareação entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Paulo Roberto Costa na CPI da Petrobras, deputados do PP especulavam sobre a possibilidade de um novo delator legado ao núcleo político do partido. Alguns aventaram sobre a possibilidade desse novo colaborador ser o mesmo citado por Youssef.

O doleiro disse à CPI que um novo delator iria esclarecer o suposto pedido do ex-ministro Antônio Palocci por recursos de propina para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. O acordo feito com a PGR é um indício de que Ivan Vernon citou políticos com prerrogativa de foro.

Vernon é um dos réus na ação proposta pelo MPF contra Pedro Corrêa. Ao lado do ex-deputado, ele responde pelo crime de peculato. Eles teriam nomeado a empregada doméstica Reinasci Cambuí de Souza como servidora da Câmara dos Deputados com objetivo de ficar com o pagamento destinado a ela.

Em depoimento ao juiz Sergio Moro, no dia 30 de junho, Reinasci disse que nunca recebeu salário da Câmara:

“Seu Ivan pegou meus documentos uma vez e levou para a Câmara. Só que eu nunca trabalhei na Câmara, não, e nunca recebi salário da Câmara. Eu trabalhava na casa do Ivan Vernon”, declarou a empregada.

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Reinasci foi nomeada para o cargo de Secretária Parlamentar para os ex-parlamentares Pedro Corrêa, entre 2003 e 2006, e para Aline Corrêa, entre 2007 e 2012.

O advogado de Vernon, Marlus Oliveira, não quis comentar o assunto. Por meio de sua assessoria, informou apenas que “o cliente segue com o mesmo propósito de colaborar”.