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A Operação Pixuleco encontrou ‘casa limpa’ do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula). A informação é do delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula, que integra a força-tarefa da Lava Jato, ao comentar as buscas realizadas segunda-feira (3), quando Dirceu foi preso em caráter preventivo sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema Petrobras.

“A conduta criminosa do ex-ministro perdurou no período em que ele respondeu a Ação Penal 470 (Mensalão), na prisão (Papuda/Brasília) e vários meses depois da deflagração da Lava Jato. Esse foi o motivo (da prisão preventiva de Dirceu).”

Mas a inspeção na casa do ex-ministro de Lula não foi proveitosa na avaliação dos investigadores. “A busca na casa dele foi praticamente inócua, uma casa limpa com relação às atividades dele”, disse o delegado Igor.

A PF fez buscas em dois endereços de Dirceu, em um condomínio de luxo no município de Vinhedo, interior de São Paulo, e no Setor de Habitações Individuais Sul (SHIS), em Brasília – onde ele cumpria prisão domiciliar como condenado do Mensalão.

Nesses dois locais, a PF não encontrou papeis ou arquivos de computador sobre a JD Assessoria e Consultoria, empresa que o ex-ministro criou quando teve cassado seu mandato de deputado federal e perdeu a cadeira na Casa Civil do governo Lula.

Por meio da JD, o ex-ministro teria recebido propinas do esquema na Petrobras.

Se nas casas de Dirceu a força-tarefa se decepcionou, no endereço de um irmão dele, em Ribeirão Preto SP), o advogado Luiz Eduardo de Oliveira, também alvo da Pixuleco, os policiais federais se animaram. “Algumas buscas foram bem proveitosas”, disse o delegado Igor. “[na residência de Luiz Eduardo] tinha bastante material. Muitos documentos, muitos manuscritos de reuniões, dados diversos que precisam ser colocados no contexto. E material produzido pelo próprio ex-ministro.”

Igor Romário informou que os oito presos da Pixuleco serão questionados “a respeito de tudo o que consta da representação por buscas e prisões e com relação ao material apreendido”.

Dirceu e o irmão eram sócios na JD Assessoria e Consultoria. A empresa recebeu R$ 39 milhões em oito anos. Desse montante, R$ 21,3 milhões teriam sido depositados na conta da JD em parcelas mensais. Para os investigadores da Lava Jato, a rotina ininterrupa de pagamentos à JD por apenas três empresas caracterizam um segundo mensalão na vida de Dirceu.

O advogado do ex-ministro afirma que a JD recebeu por serviços de consultoria efetivamente prestados. Roberto Podval, criminalista que defende Dirceu, avalia que não há base jurídica para a prisão.

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