Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil condenado no processo do mensalão, buscou na tarde deste sábado (8) sua carteira de identidade italiana na cidade de La Spezia.
Vestindo jeans e um casaco cinza, ele foi ao local acompanhado da mulher Andrea Haas.
O Ministério Público de La Spezia, na Itália, já havia anunciado que devolveria a identidade, único documento italiano em nome dele que está apreendido na Itália.
Sem a carteira de identidade, Pizzolato não pode, por exemplo, viajar de avião, hospedar-se sozinho em hotéis, alugar um imóvel em seu nome nem conduzir qualquer trâmite burocrático, porque o único documento que ele possui é um alvará de soltura que não tem valor como identidade.
O documento estava apreendido desde o dia em que ele foi preso, em 5 de fevereiro.
Além da identidade, a polícia italiana recolheu outros documentos em nome do irmão de Henrique que morreu num acidente de carro em 1978.
Ele fugiu do Brasil usando documentos em nome de Celso Pizzolato, mas com a foto dele próprio. Na Itália, confeccionou outros papeis em nome do irmão como uma espécie de CPF e a carteira do sistema de saúde.
Fuga
Condenado a 12 anos e sete meses de prisão pelo mensalão, Pizzolato fugiu para a Itália. Ele tem dupla cidadania e esperar poder recorrer em liberdade naquele país.Acabou preso, a pedido do Brasil, para fins de extradição. No dia 28 de outubro, Pizzolato teve o pedido de extradição negado pela Corte de Apelação de Bolonha. Foi solto no mesmo dia e, desde então, ele tem passado a maior parte do tempo pelos arredores de Maranello.
Neste sábado (8) foi buscar o documento que estava retido pelo Ministério Público de La Spezia. Antes de ser preso, Pizzolato e a mulher passaram um tempo em Porto Venere, um vilarejo a beira mar próximo de La Spezia.
O parecer pela devolução da carteira de identidade foi assinado pelo procurador substituto Maurizio Caporuscio, responsável pelo inquérito que investiga Pizzolato pelo uso de documentos falsos na Itália.
No Brasil, Pizzolato já foi indiciado por falsidade ideológica por ter usado documentos em nome de seu irmão Celso Pizzolato para fazer passaportes e fugir para Europa.
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