O Palácio do Planalto chega com grande preocupação e apreensão à primeira grande manifestação do ano. Nos monitoramentos diários de redes sociais, há a avaliação de que a mobilização está grande e que pode ser catalisadora do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Porém, se os protestos forem fracos, o governo acredita que isso dará fôlego à presidente, que vive há meses em um verdadeiro “inferno astral” e que terminou a semana dando declaração à imprensa avisando que não renuncia ao mandato. O momento é considerado decisivo e delicado para todos e há uma grande preocupação com a possibilidade de confrontos, caso haja enfrentamento de grupos a favor e contra o ex-presidente Lula. A última coisa que o Palácio do Planalto deseja é que ocorram enfrentamentos graves, com violência, e vítimas fatais.
As últimas informações que chegaram ao governo, ainda provenientes do acompanhamento das redes sociais, mostram que a presença nas ruas, no domingo (13), terá público expressivo, semelhante ao de março do ano passado.
Desde segunda-feira (7), a presidente Dilma tem comandando reuniões e, também no início da semana, apelou ao seu partido, o PT, e aos movimentos sociais, por meio dos seus ministros, para que cancelem os eventos marcados para o próximo domingo, pelo menos nas cidades onde já existem manifestações agendadas contra o governo - o objetivo é evitar, justamente, violência e graves confrontos.
Nesta sexta (11), em entrevista à imprensa, Dilma voltou a pedir que não haja excessos por nenhum dos lados e disse que não acredita em enfrentamento. “Faço um grande apelo às pessoas para que sejam capazes de manifestar de forma pacífica. A manifestação é um momento importante no País, de afirmação democrática. Por isso, não deve ser manchada por nenhum ato de violência. Isso é até uma questão que eu peço, como presidenta da República. A gente tem que manter aquelas que são vitórias da democracia brasileira, e sem dúvida, uma das vitórias da democracia brasileira é o direito de livre manifestação. Então, não cabe, de jeito nenhum, a gente perder esse patrimônio”, declarou.
Apesar da preocupação com seus impactos, o governo está tentando encarar os protestos de amanhã com naturalidade. Uma sala de acompanhamento foi montada no Ministério da Justiça, como acontece em todas as situações como esta. A presidente Dilma estará no Palácio da Alvorada, sem agenda oficial. No final do dia, a exemplo do que aconteceu em outras ocasiões semelhantes, a presidente deverá se reunir com os ministros da Casa Civil e da Secretaria de Governo para avaliar o quadro.
O ministro da Defesa, Aldo Arantes, também estará a postos, em Brasília, assim como os comandantes das três Forças. Os militares, no entanto, não estarão de prontidão ou sobreaviso por conta dos protestos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.